Dentre as principais companhias aéreas brasileiras, a Latam foi a única a demitir tripulantes neste ano, segundo o presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), Rodrigo Spader. “Gol, Avianca e Azul seguraram os tripulantes, até porque o tripulante é um empregado caro”, disse Spader, em conversa com o Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado) após participação em evento promovido pelo SNA, em São Paulo.
Segundo o executivo, a necessidade de treinamento intensivo aos tripulantes faz com que a manutenção dos postos seja uma opção menos custosa às empresas em comparação com os desligamentos. “No curto a médio prazo, as empresas vão melhorar, o País dá indicativos de melhora, e esses tripulantes serão necessários novamente”, ponderou. “Arcar com custos altos de rescisão, e em um curto período de tempo contratar novamente esses trabalhadores não faz sentido”.
Spader informou que, apesar desse cenário, a Latam optou pelo desligamento de parte dos tripulantes. “A empresa apresentou ao sindicato um número de 600 demissões em junho, mas através de muitas negociações, diversas assembleias, implantação de PDV e licença não-remunerada, conseguimos reduzir esse número para 55”, destaca. “Apesar de entendermos que esse número poderia ser facilmente absorvido pela empresa, a companhia decidiu prosseguir com as demissões”.
Campanha Salarial
O presidente do SNA também informou que a pauta da campanha salarial 2016/2017 foi entregue às empresas em 15 de setembro, mas afirmou que, até o momento, as companhias ainda não sinalizaram quando será realizada a próxima reunião entre as partes.
“Já formalizamos o pedido, mas as empresas estão postergando essa marcação, prejudicando as negociações”, disse Spader. “Nossa data-base é primeiro de dezembro e já perdemos um mês de negociação. Queremos iniciar o quanto antes para chegarmos a um bom acordo”.
O executivo destaca que, dentre as cláusulas econômicas, a categoria reivindica a reposição da inflação e um aumento de 5% a título de aumento na produtividade, além de uma alta de 20% nas diárias de alimentação, “acompanhando o avanço do custo de alimentação, especialmente nas capitais”.