Estadão

Lateral do Equador confessa ser colombiano em aúdio; Chile mira vaga na Copa

O polêmico caso do lateral-direito Byron Castillo, do Equador, que supostamente teria nascido na Colômbia, ganhou mais um capítulo nesta segunda-feira. De acordo o Daily Mail, o jogador teria, sim, adulterado seus documentos e escondido sua verdadeira nacionalidade. A reportagem do veículo britânico apresentou um áudio do atleta reconhecendo ser colombiano, tendo nascido em 1995, na Colômbia, e não em 1998 em General Villamil, no Equador, como consta em seu passaporte.

Com isso, a Fifa, que em junho deste ano encerrou o processo contra a Federação Equatoriana de Futebol (FEF) a pedido da Federação Chilena de Futebol (ANFP), principal interessada na investigação, reabrirá o caso em novo julgamento, que será realizado na próxima quinta-feira. Em primeira análise, a Fifa determinou o processo como inconclusivo, por não ter provas e documentos suficientes para comprovar a nacionalidade colombiana do atleta.

De acordo com Eduardo Carlezzo, advogado que representa a federação chilena no caso, as novas provas serão apresentadas antes da nova audiência da Fifa. A seleção chilena pleiteia junto à entidade máxima do futebol a exclusão do Equador do Mundial, além da anulação de duas partidas válidas pelas Eliminatórias, em que Castillo defendeu a seleção equatoriana.

"Sabíamos que esse áudio existia, porque era claramente mencionado em documentos oficiais no Equador, mas desconhecíamos seu conteúdo. A gravação valida tudo o que dissemos desde o início deste caso. Claramente, isso agora precisa ser apresentado como evidência ao Comitê de Apelação da Fifa antes da audiência de quinta-feira", afirmou o advogado.

Segundo a publicação do Daily Mail, que teve acesso a uma entrevista de Byron Castillo para investigadores da própria FEF, há quatro anos, o jogador afirma ter nascido na Colômbia, além de ter apresentado outro nome e idade. Apesar das declarações do atleta, a FEF, em 2019, decidiu oficializar Castillo como cidadão equatoriano.

Apesar do assunto ter vindo à tona em abril deste ano, após a Federação Chilena de Futebol ter protocolado uma reclamação formal à Fifa, a nacionalidade de Castillo é assunto debatido desde 2015, quando uma transferência para o Emelec acabou não se concretizando por causa de irregularidades na documentação. Na época, o lateral-direito defendia o Norte América, também do Equador.

POSSÍVEIS MUDANÇAS NA COPA DO MUNDO
Caso a Fifa puna e exclua o Equador, o Chile espera conquistar uma vaga na Copa do Mundo do Catar. Isso porque Castillo atuou duas vezes contra os chilenos nas Eliminatórias, com uma vitória equatoriana e um empate.

Com mais cinco pontos somados na campanha, o Chile chegaria aos 24 pontos e por ter um saldo maior que a seleção peruana, assumiria o quarto lugar das Eliminatórias. Em caso de punição ao Equador, Peru e Colômbia não seriam beneficiadas.

Se nada for alterado, a seleção sul-americana será responsável por atuar na partida inaugural do torneio, frente ao Catar, no dia 20 de novembro.

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