Variedades

Laura Pausini convida ao diálogo

Atenta, a cantora italiana Laura Pausini faz seus olhos correrem pelos presentes naquela suíte de luxo de um hotel na região dos Jardins, em São Paulo. Encontra alguns braços tatuados e pergunta o significado de cada um dos desenhos. Depois, durante a entrevista à reportagem, a primeira de um dia de encontro com jornalistas pela cidade, ela faz questão de usar o que aprendeu com o que ouviu sobre os conceitos dos traços marcados na pele daqueles ao seu redor. Ela, mesma, não tem. “Eu acho lindo, mas acho que não ia gostar de ter esse desenho para sempre em mim”, explica a italiana de 43 anos.

Naquela manhã de quinta-feira, ela ainda recebia os cuidados de uma maquiadora – dona de braços cobertos por tatuagens, diga-se de passagem – quando deu início à série de entrevistas para falar sobre Fatti Sentire, o 13º disco de estúdio dela, composto por canções nas quais ela convida para o diálogo. “Acredito que as pessoas, hoje, têm medo de serem quem são”, explica a italiana que tem mais de 70 milhões de discos vendidos ao redor do mundo.

E Laura ouve, atenta, a cada observação a respeito de Fatti Sentire, um disco, aliás, feito numa velocidade maior do que o costumeiro ritmo de criação e produção. “Em um mês, percebi que as músicas estavam todas ali. Eu deixei as canções falar, em certos momentos devemos deixar que isso aconteça. Por isso, estou já de volta com um disco”, explica.

Em 2015 saiu Simili, o disco anterior. E Laura planejava descansar, entre as casas onde mora, em Roma e em Miami. Foi na cidade norte-americana, conta ela, que Fatti Sentire ganhou corpo. “Comecei a escrever em Roma, mas as músicas começaram a chegar para mim, dos outros compositores e parceiros, quando eu já estava em Miami. Me inspiram o clima, as pessoas, a chuva”, conta. “É algo diferente ouvir essas canções lá em vez de Roma.”

Com 14 faixas, Fatti Sentire entrega também uma nova parceria da italiana com artistas brasileiros. Cantando em português e em espanhol, se propõe a cantar o amor ao lado da dupla sertaneja Simone & Simaria. A canção, chamada Novo, usa do atual pop latino, quando as frequências eletrônicas se encaixam na cadência do reggaeton.

“Tudo está diferente de quando comecei”, ela diz, sobre o tal “convite ao diálogo” que o título do álbum, em italiano, sugere – e em falta em tempos de polarização política na Europa, Estados Unidos e Brasil. “Acho que as pessoas têm medo de mostrar quem elas realmente são. Por isso, vestem essas máscaras. É importante, e canto isso no disco, deixar esse medo de lado e entender as diferenças para que as relações se tornem realmente verdadeiras.”

Cantora volta ao Brasil em agosto

Cinco meses depois de passar pelo Brasil para lançar e divulgar Fatti Sentire, o 13º disco da carreira, Laura Pausini volta ao Brasil em agosto deste ano para se apresentar em São Paulo (Credicard Hall, dias 20 e 21 de agosto), Brasília (Teatro Guimarães, dia 23) e Recife (Classic Hall, dia 25). Com um repertório fundamentado no pop romântico, a artista trará canções do seu mais novo álbum, lançado em março deste ano, e músicas do restante da carreira. Ao longo de 25 anos, ela vendeu 70 milhões de discos, graças a músicas como Nadie Ha Dicho, Amores Extranos e La Soledad.

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