Os dois candidatos à presidência do São Paulo colocaram suas campanhas em ação nesta quarta-feira, praticamente no mesmo horário em locais badalados do bairro do Itaim Bibi, em São Paulo. Curiosamente, os lugares são distantes 290 metros de caminhada um do outro e teve até conselheiro que foi nos dois.
Os eventos também marcaram um novo momento na política do São Paulo. As duas campanhas estão investindo na eleição e promoveram eventos com coquetel para os convidados e vídeos ressaltando as façanhas dos dirigentes. Tanto Carlos Augusto Barros e Silva, o Leco, e José Eduardo Mesquita Pimenta, deram entrevistas e falaram de suas expectativas.
Leco, atual mandatário, discursou diante de um bom público formado por conselheiros e associados do São Paulo. Antes dele, Roberto Natel, seu vice, também falou no microfone. Leco se mostrou empolgado com a campanha. “Estamos fazendo um evento à altura, deixando uma marca da qualidade que queremos implantar. O São Paulo me emociona sempre”, disse.
Em seu discurso, Leco fez uma provocação. “O São Paulo não precisa de um patrão. Precisa de todos nós que estamos aqui, pessoas de bem que podem contribuir para o bem dessa instituição. O São Paulo se move pelo amor de todos nós, e não por interferências que nos são estranhas”, afirmou. Perguntado se estava se referindo a Abilio Diniz, despistou. “Não vou comentar.”
O empresário é apoiador de Pimenta e esteve, inclusive, discursando no evento do candidato de oposição. “Eu o conheço há 40 anos. Apoio o Pimenta porque tenho certeza que está compromissado a interromper o que está ocorrendo no São Paulo. Ficar mais três anos com a gestão que está hoje, me desanima. Em 2017 temos a chance de mudar o São Paulo”, comentou Abílio.
No evento de sua candidatura, Leco aparece em um vídeo subindo a escada que leva ao gramado do Morumbi e lá encontra Natel. Os dois caminham juntos. Já no lançamento da chapa de Pimenta, os vídeos trouxeram momentos de quando ele foi presidente do clube, entre 1990 e 1994, época que o São Paulo foi bicampeão mundial de clubes e da Libertadores.
“Sou presidente do Conselho Consultivo e de qualquer forma estou militando no clube. Quero voltar para restaurar a credibilidade e a confiança, ajudar a solucionar o problema financeiro do São Paulo. É extremamente delicado, com uma dívida bancária da ordem de R$ 170 milhões. Precisamos dar um jeito nisso”, explicou.
Pimenta sabe que não poderá atuar da mesma forma que fez na década de 1990 e, assim como Leco, reforçou a importância de uma gestão profissional. “Evidente que os tempos são outros, por isso que estamos profissionalizando a administração, vamos descentralizar o poder. Vamos recrutar muita gente no mercado, da melhor qualidade”, explicou, sonhando em repetir seus feitos. “Não é fácil, mas vamos tentar. No mundo, em quatro anos, nenhum presidente de clube ganhou os títulos que ganhei. Vamos ver se consigo reproduzir.”
Como não poderia deixar de ser, os dois candidatos se mostram otimistas quanto ao resultado da eleição que será realizada apenas na segunda quinzena de abril. “Está significativamente a nosso favor. Acho que 65% a 35%”, apontou Leco, que foi rebatido por Pimenta. “Se eu disser para você que eu tenho 65%, nós vamos a 300 conselheiros. Mas só temos 240. Temos um número suficiente para a gente brigar”, concluiu, otimista.