Política

Legislativo não aprova instauração de CEI para averiguar mortes no HMC

Vereadores da situação não tiveram dificuldades para barrar criação da Comissão Especial de Inquérito

Somente sete vereadores assinaram o pedido de instauração de Comissão Especial de Inquérito (CEI) para investigar as 14 mortes ocorridas em dois meses no Hospital Municipal da Criança (HMC), das quais 12 na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A Comissão de Saúde da Câmara Municipal convocou o secretário municipal da Saúde, Carlos Derman, para prestar esclarecimentos na próxima segunda-feira.

Os vereadores do Governo não tiveram dificuldades para barrar a CEI. O grupo Centrão, idealizador do pedido, precisava de 11 assinaturas dentre 34 parlamentares da Casa de Leis. Contudo, o bloco teve a debandada da líder, vereadora Helena Sena (PSC), que voltou à base governista. Três vereadores de Oposição – Geraldo Celestino (PSDB), Romildo Santos (PSDB) e Ricardo Rui (PPS) – também não assinaram a comissão.

Segundo o vereador Eduardo Carneiro (PSL), que propôs a CEI, a Comissão de Saúde, presidida por Jonas Dias (PT), não atuará com autonomia. "Não queremos politizar a questão, mas investigar as causas das mortes", diz. Ele afirma que o petista irá proteger a Prefeitura.

Por sua vez, Dias afirma que visitará o HMC hoje e buscará descobrir se houve falhas que contribuíram para os óbitos. "Algo aconteceu. Não é normal um número tão grande de mortes", afirma.

OPINIÕES – A vereadora Luiza Cordeiro (PC do B) sugeriu a abertura de uma Comissão Especial de Estudos (CEE) para investigar o HMC. A diferença é que o resultado final dos trabalhos não pode pedir a cassação do prefeito de Guarulhos, Sebastião Almeida (PT). Ela criticou a estrutura do HMC e avalia que o hospital deveria ser transferido para outro prédio.

Helena foi convidada a se retirar do Centrão, segundo Carneiro, após se negar a assinar a CEI. Ela afirma que seguiu as recomendações do partido que deve apoiar a reeleição de Almeida em 2012. O líder da Oposição, vereador Geraldo Celestino (PSDB), conta que ele, Romildo e Rui conversarão hoje sobre a possibilidade de assinar o documento. Entretanto, ele afirma que a Vigilância Sanitária do Estado, o Ministério Público do Estado e a própria Comissão de Saúde do Legislativo já estão investigando. "Não podemos fazer política em cima das mortes", afirma.

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