A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, concedeu entrevista coletiva na manhã desta terça-feira, na sede do clube, para anunciar a empresa farmacêutica Cimed como nova patrocinadora da equipe. Além da nova parceria, as fraudes na venda de ingressos foram o assunto que dominou boa parte da entrevista. Dívidas e reeleição também foram abordados pela mandatária alviverde.
Ao ser questionada sobre a atuação de cambistas na venda de ingressos para os jogos do Palmeiras, Leila ressaltou o pedido de inquérito feito à Polícia Civil para investigar o esquema. No início do mês, cerca de 200 pessoas foram expulsas do quadro de sócios por obter vantagens na compra de ingressos e depois revendê-los a preços elevados nos arredores do Allianz Parque e pelas redes sociais.
"Nossa preocupação é com o nosso sócio torcedor. A receita desse programa é extremamente importante para o clube. Não posso deixar que ele fique desacreditado. Fizemos a instalação de inquérito em decorrência de várias reclamações de torcedores que não conseguiram ingressos. É inadmissível o sócio que paga R$ 700 não conseguir retirar ingresso", afirmou Leila.
O ex-presidente do Palmeiras Mustafá Contursi foi absolvido em um processo de venda ilegal de ingressos. As entradas eram repassadas a ele como cortesias, sendo vendidas posteriormente. Leila afirmou que ela mesmo fez a denúncia para que houvesse uma sindicância dentro do clube e classificou o episódio como "lamentável".
A presidente alviverde disse ainda que o clube analisa maneiras para que os sócios consigam ter uma melhor experiência na compra de entradas para os jogos do clube. Ela fez um apelo para que os torcedores não obtenham ingressos por terceiros. "Estamos estudando a possibilidade de colocar biometria ou reconhecimento facial, acho que só assim você consegue coibir de vez essa prática criminosa. Torcedor palmeirense, não compre ingressos de cambistas."
Leila também comentou sobre a relação da Crefisa, principal patrocinadora do Palmeiras e empresa na qual também é presidente, no aporte financeiro ao clube. Segundo ela, as receitas obtidas pelo futebol são as responsáveis pelo pagamento das dívidas relacionadas ao dinheiro investido previamente na equipe.
"As dívidas estão sendo pagas pelas receitas do futebol. Quando um jogador foi adquirido com o apoio da da Crefisa é vendido, esse dinheiro é direcionado para pagar esse valor. Em nenhum momento, a Crefisa ofereceu empréstimo ao Palmeiras, foi o clube à época que buscou isso", disse. "Todas as propriedades do futebol do Palmeiras, por contrato, pertencem à Crefisa e FAM. Jamais um outro patrocinador abriria mão de propriedades que te pertencem. Fiz isso para beneficiar o clube."
REELEIÇÃO?
A presidente disse ainda não estar preocupada com a possibilidade de perder apoio político por decisões impopulares dentro do clube, como priorizar a saúde financeira do Palmeiras. No comando do alviverde paulista desde janeiro, ela afirma que gostaria de seguir por mais um mandato, mas não abre mão de seus princípios para agradar determinada ala.
"Aqui no Palmeiras eu sou uma administradora. O que eu fiz de sucesso na minha carreira vou aplicar no clube. Muitas pessoas me questionam que eu tomo medidas antipáticas politicamente. Eu não estou aqui para agradar esse ou aquele", disse. "pol. Não tenho medo de não ser reeleita. Eu gostaria de mais um mandato. Mas se não for, não tem problema. Não vou abrir mão dos meus princípios".