Geralmente avessa a provocações, Leila Pereira mudou sua postura ao criticar o comportamento do presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, sobre a criação da liga que tem a missão de reorganizar a parte financeira do futebol brasileiro. As divergência relacionadas à criação da liga do futebol fizeram a presidente do Palmeiras ir para o ataque até provocar o clube carioca, sem técnico e com acúmulo de fracassos em 2023.
Leila não citou o Flamengo nominalmente em sua fala mais provocativa, mas o recado foi claro ao clube do Rio. "Eu não vou deixar que determinados clubes entendam que são melhores. Não são. Se acham que o futebol brasileiro é pequeno para eles, que vão jogar na Europa, o Real Madrid está lá esperando", afirmou a mandatária palmeirense em coletiva de imprensa antes da apresentação do atacante Artur e do volante Richard Ríos.
"Alias, (o Fluminense) trouxe o Marcelo, que fez um estrago danado", continuou ela, em referência à goleada de 4 a 1 que o time tricolor aplicou sobre o Flamengo na final do Campeonato Carioca, com um gol do lateral-esquerdo.
Leila tem exposto seu descontentamento com a postura de Landim nos últimos encontros para discutir a criação da liga de clubes. Palmeiras e Flamengo estão no mesmo grupo. Eles integram a Liga do Futebol Brasileiro (Libra), bloco com 18 agremiações que tenta uma aproximação com a Liga Forte Futebol (LFF), composta por 26 equipes.
"O Flamengo não está atrapalhando, porque ele não pode fazer isso. São 20 clubes da Série A. Que os outros clubes se posicionem, não tenham medo de falar. O Flamengo não é mais forte do que 19 clubes, mais forte do que o futebol brasileiro", argumentou Leila.
A conduta de Landim estaria dificultando um acordo entre os 18 clubes do bloco e causando um racha. Dessa maneira, as discussões para a construção de uma liga única de clubes não têm avançado. O projeto é para sair do papel em 2025. O principal desentendimento têm a ver com a divisão das receitas.
"É só haver união. Estou ficando irritada. Acho que está demorando demais. Temos de deixar a vaidade de lado. Essa é a linha que vou tomar", admitiu a dirigente, única mulher entre os times da primeira divisão. "Luto por um futebol igualitário, pelo produto. Ficamos 3h ou 4 horas conversando para não decidir absolutamente nada. Sou uma mulher extremamente objetiva. Quando sento, quero resolver. Sinto a questão da vaidade, que eu não tenho nenhuma", desabafou ela.