O leilão A-1 de energia existente, realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) na manhã desta sexta-feira, 5, durou menos de 20 minutos e confirmou a expectativa de que os preços de referência estabelecidos pelo Ministério de Minas e Energia (MME) não eram atrativos para os geradores. Apenas duas empresas estatais, Furnas e Petrobras, ofereceram energia. Foram negociados 622 MW médios, em linha com a expectativa de especialistas, que indicavam um número entre 500 MW médios e 700 MW médios. A demanda das distribuidoras, de acordo com estimativas desses mesmos especialistas, oscilava entre 2.500 MW e 3.000 MW médios para 2015, o que obrigará o governo federal a adotar novas alternativas para reduzir a exposição das distribuidoras. Está prevista a realização de um Leilão de Ajuste em janeiro do próximo ano.
Foram incluídos no leilão três produtos, mas apenas dois receberam propostas. Destes, apenas um apresentou deságio em relação ao preço-teto, porém o deságio foi o mínimo, de apenas R$ 0,01/MWh.
Os contratos por quantidade com prazo de cinco anos não receberam propostas. Esta opção era aquela que apresentava o preço-teto mais baixo do leilão de hoje, de R$ 180/MWh. O outro contrato por quantidade era de três anos, com preço-teto de R$ 201/MWh. Nesta categoria, foram negociados 352 MW médios por Furnas.
Os contratos por disponibilidade, com prazo de três anos e preço-teto de R$ 192/MWh, tiveram deságio de apenas R$ 0,01 e foram negociados por R$ 191,99/MWh. Nesta categoria, foi negociada energia gerada nas térmicas a gás natural Aureliano Chaves (MG) e Rômulo Almeida (BA), ambas da Petrobras. A estatal receberá R$ 171,5 milhões por ano pela venda de 270 MW médios.
O leilão terminou com a negociação de 16,361 milhões de MWh e um preço médio de R$ 197,09/MWh. O valor das operações de fornecimento por um prazo de três anos deve somar R$ 3,224 bilhões.
Na ponta compradora aparecem 33 distribuidoras de energia, com destaque para a CEA, do Amapá, e a RGE, da CPFL no Rio Grande do Sul. A primeira negociou 2,221 milhões de MWh e a segunda, 2,005 milhões de MWh. Celg, Celpa e CEEE também aparecem entre as principais compradoras do leilão.