A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) anunciou nesta segunda-feira, 21, que vendeu 5.479 lotes municipais de 2,5 gigahertz (GHz) no leilão de sobras de radiofrequências da semana passada por R$ 89,9 milhões. Somados aos R$ 762,6 milhões resultantes da venda dos 41 lotes regionais na sessão presencial da última quinta-feira, 17, o total arrecadado no leilão foi de R$ 852,591 milhões.
O total 5.478 lotes municipais vendidos teve um ágio médio de 99,4%, sendo que o lote de Ourinhos (PR) obteve o maior ágio, de 4.977%. Ao todo, a Anatel ofertou cerca de 20 mil lotes de abrangência municipal, com preço médio de R$ 10 mil, alguns custando apenas R$ 1,5 mil. Segundo a Anatel, os lotes vendidos estão distribuídos em 2,9 mil municípios e foram arrematados por um total de 324 empresas.
“Ficamos extremamente satisfeitos com o leilão, principalmente com os lotes municipais, porque cria uma indústria importante e mostra que há um mercado importante de pequenos e médios provedores. Isso foi o ponto mais importante para o resultado do leilão, os grandes grupos industriais vão olhar com bastante atenção para o crescimento do setor”, avaliou o presidente da Anatel, João Rezende.
As frequências arrematadas poderão ser usadas para a oferta de banda larga e também para o serviço de voz. A região Sul foi a que teve mais lotes municipais arrematados (1.711), seguida por Nordeste (1.633), Sudeste (1.579), Centro-Oeste (300) e Norte (256).
Rezende não quis fazer uma previsão para quando os cerca de 14,5 mil lotes que não tiveram propostas serão novamente ofertados pela agência. “Não vamos falar em novo leilão agora, mas a agência vai trabalhar com as informações existentes para pensar em novas licitações”, afirmou. “Quem estava olhando com a atenção o mercado se organizou e entrou no leilão. Agora precisamos esperar para ver como o negócio de desenvolve”, completou.
Na sessão presencial de leilão da última quinta-feira – quando foram licitados 41 dos principais lotes de abrangência regional -, a Anatel já havia arrecadado R$ 762,6 milhões. A Nextel arrematou faixa de 1,8 GHz para oferecer o serviço de 4G na região metropolitana de São Paulo (DDD 11), por R$ 455 milhões.
Dentre as grandes teles, a Telefônica Vivo foi a segunda empresa a gastar mais no leilão, desembolsando um total de R$ 185,450 milhões com a compra de sete lotes 2,5 GHz em localidades importantes como as regiões metropolitanas de São Paulo e do Rio de Janeiro, além de Florianópolis e Porto Alegre.
Já a Claro adquiriu 19 lotes de 2,5 GHz que, somados, totalizaram R$ 61,959 milhões em licenças no interior de diversos Estados. A TIM levou os lotes na faixa nas regiões metropolitanas de Recife e Curitiba, por R$ 56,5 milhões. A Sercomtel precisou desembolsar apenas R$ 241 mil para ampliar a oferta de 4G em dois lotes na sua área de concessão, no interior do Paraná.