O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, e o presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, vão assinar na próxima semana a concessão de parques nacionais à iniciativa privada. Segundo o ministro, a concessão vai focar na conservação. A ideia é remunerar a iniciativa privada com o pagamento pelos estoques de carbono dos parques.
"(O projeto) começou com o manejo sustentável, passou por outro modelo de concessão de parques para ecoturismo. Antes, o ministério era refratário ao ativo. Agora não. Estamos com o privado. É o privado que vai transformar os parques", disse Leite, durante o evento CEO Conference Brasil, promovido pelo BTG Pactual.
Em sua fala, ele não detalhou, no entanto, se o projeto de exploração dos parques nacionais pela iniciativa privada para o ecoturismo será mantido e fará parte desse modelo de exploração do estoque de carbono. O ministro disse apenas que o novo modelo prevê a obrigatoriedade de os investidores contratarem brigadistas e promoverem treinamentos.
A concessão de parques nacionais é um tema polêmico, porque envolve áreas de grande sensibilidade ambiental. Nos estudos do atual governo, foi incluída a transferência à iniciativa privada os Lençóis Maranhenses, o parque de Jericoacoara (CE), a Chapada dos Guimarães (MT), a Serra dos Órgãos (RJ), a Serra da Bodoquena (MS), o Parque Nacional de Ubajara (CE), o Parque Nacional de Brasília e a Floresta Nacional de Brasília.
A ideia foi lançada em 2020, tendo como referência o Parque Nacional da Foz do Iguaçu e o modelo norte-americano. Na época do lançamento do projeto, o governo afirmou que o Brasil possui 334 parques nacionais, inseridos na categoria de conservação. Segundo o MMA, essas regiões têm "beleza cênica" e relevância ecológica. "Isso quer dizer que o território e tudo contido nele deve ser preservado, mas também pode receber atividades de recreação em contato com a natureza e turismo ecológico", como afirmou o ministério em seu site, na época do lançamento do projeto.