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Leitura – Polêmico, best-seller romântico ‘A Escolha de Sofia’ é relançado

O livro foi um sucesso instantâneo em todo o mundo, onde vendeu mais de 10 milhões de exemplares

Publicado em 1979, com três milhões de exemplares vendidos inicialmente nos Estados Unidos, 47 semanas nas listas de best-sellers do The New York Times e vencedor do National Book Award de 1980, o clássico ‘A Escolha de Sofia relata, com perfeito domínio do tempo na narrativa e um texto denso, envolvente e cheio de suspense, o drama comovente e aterrador de Sofia Zawistowka, uma polonesa sobrevivente do campo de concentração de Auschwitz, que é também a história de um dos mais bárbaros crimes de todos os tempos: o Holocausto promovido pelos nazistas.

Neste que é o seu mais complexo e ambicioso romance, o autor norte-americano William Styron criou, ao longo da jornada existencial de seu alter ego, o jovem aspirante a escritor Stingo, dois dos mais poderosos e impactantes personagens literários: a própria Sofia, com seu passado trágico, e o namorado dela, Nathan, jovem judeu diabolicamente brilhante. Do confronto dessas vidas nasceu esta obra-prima da literatura contemporânea.

O romance é em parte autobiográfico, ao narrar o envolvimento de Stingo com a bela Sofia, assombrada pela terrível escolha que precisou fazer um dia e que não somente definiu o resto da sua vida, como também se tornou uma expressão idiomática: fazer uma "escolha de Sofia" significa ver-se forçado a optar entre duas alternativas igualmente insuportáveis. Em sua patética grandeza, A escolha de Sofia nos mostra uma mulher entregue a uma relação alucinante e destrutiva, impermeável a qualquer felicidade capaz de desviá-la do puro e simples aniquilamento. Para além das cercas eletrificadas e das câmaras de gás, Auschwitz continuava a fazer vítimas.

Por trás das angustiantes lembranças que atormentam Sofia, cujos mistérios são aos poucos implacavelmente revelados, o autor mergulha fundo nas raízes da loucura e da crueldade humana que ele próprio conheceu de perto.

Vendas – O livro foi um sucesso instantâneo em todo o mundo, onde vendeu mais de 10 milhões de exemplares, não só por tratar de um tema polêmico e candente, mas também por sua linguagem de thriller, que torna a leitura acessível a qualquer leitor que deseje apenas desvendar o mistério. Mas também um prazer intelectual para os leitores mais exigentes, que acompanham, passo a passo, uma fascinante discussão filosófica sobre a natureza do mal, a partir das ideias de Simone Weil – filósofa francesa que lutou na Guerra Civil Espanhola e na Segunda Guerra Mundial – e da pensadora judia de origem alemã Hannah Arendt.

O romance de Styron provoca polêmica também por deixar claro que o Holocausto vitimou também milhões de não judeus. A própria Sofia do título era polonesa e católica.

A escolha de Sofia teve versão cinematográfica de grande êxito. Com roteiro, produção e direção de Alan J. Pakula, foi eleito o melhor filme de 1983 pela Associação de Críticos de Nova York e Los Angeles, ganhou o Globo de Ouro da Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood, e deu à atriz Meryl Streep o segundo Oscar de sua carreira.

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