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Leonardo DiCaprio e outros favoritos ao Oscar 2016

Serão revelados no próximo domingo, dia 28, os vencedores do mais famoso e cobiçado prêmio cinematográfico do planeta, o insuperável “Oscar”, concedido anualmente (este é o seu 88º aniversário) pela “Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood”. Este ano, o impressionante “O Regresso”, história de traição, vingança e redenção dirigida pelo mexicano Alejandro González Iñárritu, é o filme com o maior número (doze) de indicações, e favorito nas categorias “Melhor Filme” e “Melhor Direção”. Se ganhar, este será o segundo Oscar consecutivo para Iñárritu, vencedor destas duas categorias no ano passado pelo filme “Birdman”.
 
Com dez indicações, inclusive para “Melhor Filme” e “Melhor Direção”, o elogiado “Mad Max – Estrada da Fúria”, do veterano George Miller, é o favorito das categorias técnicas, especialmente “Melhores Efeitos Visuais”. Contudo, os dois únicos filmes que ameaçam o favoritismo de “O Regresso” na categoria “Melhor Filme” são “Spotlight – Segredos Revelados”, do diretor Tom McCarthy, e “A Grande Aposta”, de Adam McKay, não por acaso favoritos, respectivamente, aos Oscars de “Melhor Roteiro Original” e “Melhor Roteiro Adaptado”. 
 
Completam as indicações para “Melhor Filme” o drama “O Quarto de Jack”, de Lenny Abrahamson (também indicado para “Melhor Direção”); a ficção científica “Perdido em Marte”, de Ridley Scott (preterido em sua categoria); “Brooklyn”, do diretor John Crowley; e o thriller “Ponte dos Espiões”, do outrora vencedor Steven Spielberg.
 
Em sua 5ª indicação, o astro Leonardo DiCaprio é, finalmente, o favorito ao Oscar de “Melhor Ator”, por sua visceral (literalmente) interpretação em “O Regresso”. Nessa excelente categoria, ele deverá suplantar o vencedor do ano passado Eddie Redmayne (ganhador pelo filme “A Teoria de Tudo”, e desta vez concorrendo por “A Garota Dinamarquesa”, em que interpreta um pintor transgênero), o elogiado Michael Fassbender (como o icônico “Steve Jobs”), Bryan Cranston (o eterno “Walter White” de “Breaking Bad”, disputando pelo impactante “Trumbo – Lista Negra”, biografia do perseguido roteirista Dalton Trumbo), e o astro Matt Damon (Perdido em Marte).
 
Por sua comovente interpretação em “O Quarto de Jack”, a novata Brie Larson é a favorita ao Oscar de “Melhor Atriz”, competindo com as outrora vencedoras Cate Blanchett (Carol) e Jennifer Lawrence (Joy – O Nome do Sucesso), além de Saoirse Ronan (Brooklyn) e da veterana Charlotte Rampling, irrepreensível no excelente drama “45 Anos”.
 
A deslumbrante sueca Alicia Vikander, que em 2015 pôde ser vista em nada menos que sete filmes distintos, deverá receber o Oscar de “Melhor Atriz Coadjuvante” por sua impecável “A Garota Dinamarquesa”. De fato, ela é a protagonista do filme, assim como sua adversária Rooney Mara (no delicado drama “Carol”), e ambas dividem o favoritismo, derrotando a talentosa Jennifer Jason Leigh (Os Oito Odiados), Rachel McAdams (Spotlight – Segredos Revelados), e a já vencedora Kate Winslet, que concorre pelo filme “Steve Jobs”, e que sempre será lembrada como o par romântico do galã Leonardo DiCaprio em “Titanic”, filme vencedor de onze Oscars em 1997.
 
Em 1976, “Rocky, um Lutador” surpreendeu a todos derrotando fortes candidatos ao Oscar de “Melhor Filme” daquele ano. Quatro décadas depois, o astro Sylvester Stallone é o favorito sentimental na disputada categoria de “Melhor Ator Coadjuvante”, por sua humanizada interpretação do célebre pugilista “Rocky Balboa” no comovente “Creed – Nascido Para Lutar”. Contudo, para ser ovacionado pela plateia, provavelmente ao som da icônica trilha “Gonna Fly Now”, ele terá a árdua tarefa de derrotar seus quatro fortes (e conceituados) adversários: Mark Rylance (Ponte dos Espiões), Tom Hardy (O Regresso), Mark Ruffalo (Spotlight – Segredos Revelados), e o outrora vencedor Christian Bale (A Grande Aposta).
 
A categoria “Melhor Animação”, que orgulhosamente incluiu entre os indicados ao Oscar o representante brasileiro “O Menino e o Mundo”, do elogiado diretor Alê Abreu, é disputada pelo desenho japonês “Quando Estou com Marnie”, por “Shaun, o Carneiro”, e pelos adultos “Anomalisa” e “Divertida Mente”, este último o franco favorito deste ano.
 
O fotógrafo mexicano Emmanuel Lubezki, vencedor do Oscar de “Melhor Fotografia” pelos filmes “Gravidade” (2013) e “Birdman” (2014), pode receber seu terceiro prêmio consecutivo por seu excepcional e inovador trabalho em “O Regresso”. Na prestigiada categoria “Melhor Trilha Musical”, o veterano (87 anos) compositor italiano Ennio Morricone, referência absoluta no gênero western, e favorito pelo filme “Os Oito Odiados” (do cultuado diretor Quentin Tarantino), disputa o Oscar deste ano com o cinco vezes vencedor John Williams (84 anos), maestro que concorre por “Star Wars – O Despertar da Força”, sua notável 50ª indicação ao Oscar.
 
Concorrendo ao Oscar de “Melhor Canção”, a diva pop star Lady Gaga promete ser, também, uma das grandes atrações da cerimônia deste ano, interpretando a comovente “Til Happens to You”, composta em parceria com Diane Warren (sua 8ª indicação) para o documentário sobre estupro “The Hunting Ground”. Outro documentário, “Racing Extinction”, também concorre com a canção “Manta Ray”, de J. Ralph e o transgênero Antony Hegarty. Completam a lista o cantor Sam Smith, vencedor do “Globo de Ouro” com a sensível “Writing’s on the Wall” (007 Contra Spectre), a sensual “Earned It” (de “Cinquenta Tons de Cinza”, com o astro em ascensão Weeknd), e a ária “Simple Song #3” (Juventude). 
 
Sob uma nova (e angustiante) perspectiva do Holocausto e da carnificina dos campos de concentração, o absurdamente perturbador “O Filho de Saul”, do diretor húngaro László Nemes, já era apontado como favorito ao Oscar de “Melhor Filme Estrangeiro” desde sua estreia, no “Festival de Cannes” de 2015. Narrando uma desesperada procura em um cenário de confinamento e barbárie, o filme revela uma dolorosa tentativa de resgate da humanidade e da dignidade perdidas. Seu favoritismo, contudo, se deve também à fraca safra de indicados que, com a honrosa exceção do jordaniano “O Lobo do Deserto”, só reforça os protestos pela não inclusão do brasileiro “Que Horas Ela Volta?”, da diretora Anna Muylaert, lamentavelmente de fora da lista final de indicações, completada por “Cinco Graças” (França), “Guerra” (Dinamarca) e “O Abraço da Serpente” (Colômbia).
 
Em contrapartida, uma das mais qualificadas categorias do “Oscar 2016” é a disputa pelo conceituado prêmio de “Melhor Documentário”. “Amy”, a elogiada biografia da sempre polêmica Amy Winehouse, é um dos favoritos e disputa o Oscar com “O Peso do Silêncio”, uma espécie de continuação de “O Ato de Matar”, de 2012. Disponibilizados pela “Netflix”, são altamente recomendáveis o ucraniano “Winter on Fire: Ukraine’s Fight for Freedom” (uma verdadeira aula de cidadania e patriotismo), o precioso “What Happened, Miss Simone?” (sobre outra polêmica e espetacular artista, Nina Simone), e o também favorito “Cartel Land”, excelente documentário sobre milícias, tráfico de drogas e o crime organizado na fronteira entre os Estados Unidos e o México.
 
A cerimônia de entrega do Oscar deste ano, já envolta sob protestos em razão da não indicação de artistas negros nas categorias de interpretação, será realizada no “Dolby Theatre”, de Los Angeles, e comandada pelo comediante Chris Rock, notório por sua verve e piadas anti-racistas. Essa combinação promete, e muito. Melhor, impossível!
 

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