Variedades

‘Leonardo é um obsessivo maravilhoso’

Rodrigo Grande diverte-se contando como conseguiu Leonardo Sbaraglia como protagonista de No Fim do Túnel. “Sabia que era um ator estupendo, mas o papel é difícil, tanto do ponto de vista emocional como físico. Enviei o roteiro para seu agente e ele retornou marcando um café comigo. E lá estou eu no café, em Buenos Aires, esperando por ele. Vejo esse tipo que avança numa cadeira de rodas e começo a prestar atenção, até por um cacoete profissional. Meu protagonista é paralítico, o tipo me atrai. Vamos ver como se move. Mas espera aí, che, ele se parece com Leonardo. Caramba, é Leo!”

Sbaraglia foi para a entrevista com o diretor já investido do personagem. “Nunca vi uma entrega tão grande de um ator. Numa cena particularmente dura, ele tinha de chorar. Eu já tinha gritado Corta! e Leo não parava de chorar. E foi durante dias assim. Um dia tive de dizer Agora, basta, che!. O próprio Sbaraglia comentou com o diretor no fim da filmagem. “Embora preso na cadeira de rodas, nunca fiz outro filme em que o personagem se mexesse tanto. Ele brincou que estava exausto. Precisava de férias, mas, na verdade, terminou emendando três ou quatro filmes depois desse.”

Ao repórter, quando esteve em São Paulo para a estreia de O Silêncio do Céu, de Marco Dutra, Sbaraglia disse que, como ator, não consegue dispensar esses desafios que o fazem avançar na carreira. “São personagens muito ricos, densos. E o mais curioso é que, tanto no Silêncio como no Túnel, não falo muito. Mexo-me muito como Joaquín, mas o personagem, paradoxalmente, tem algo de contemplativo. É um voyeur que abruptamente, e de forma violenta, é reclamado pela vida. A família é essencial em ambos os filmes. A família biológica, a família que a gente elege. Gosto disso.”
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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