Estadão

Leverkusen empata com a Roma, bate recorde de invencibilidade e decide Liga Europa com Atalanta

Sensação da temporada, o Bayer Leverkusen está de volta a uma decisão de competição europeia após 22 anos. Campeão da Copa Uefa em 2002, o time alemão se garantiu ao eliminar a Roma, com empate por 2 a 2 na BayArena. Ao buscar nova igualdade nos acréscimos, a equipe alemã superou o recorde de invencibilidade do Benfica de 1963 a 1965, ao chegar a 49 jogos sem perder, sendo 40 vitórias. Na grande final do dia 22 de maio, na Aviva Stadium, em Dublin, capital da Irlanda, terá mais um adversário italiano no caminho. A Atalanta passou pelo Olympique de Marselha, com 3 a 0 na Itália, gols de Lookman, Ruggeri e Touré.

O jogo na BayArena ficou marcado pelos gols após bobeiras dos defensores. A Roma abriu 2 a 0 em dois pênaltis infantis dos marcadores alemães – um empurrão e uma mão na bola. Mas viu o sonho de levar a decisão para a prorrogação em gol contra de Mancini – a bolada no rosto após escanteio foi para o fundo das próprias redes. No fim, Stanisic aproveitou um erro de lateral, recebeu de Xhaka e definiu a vingança, já que a Roma havia eliminado o Leverkusen na semifinal da temporada passada.

Antes de a bola rolar na Alemanha, os meio-campistas campeões do mundo por Espanha, Xabi Alonso, e Itália, Daniele De Rossi, trocaram um respeitoso cumprimento no famoso "boa sorte." O treinador do Bayer vivia situação mais tranquila com os 2 a 0 somados fora de casa, enquanto o comandante da Roma confiava em superação.

Defendendo sua invencibilidade de 48 partidas, o Leverkusen não quis saber de jogar com o regulamento e foi logo tomando postura ofensiva. Posicionado no campo de ataque, deu espaços e Lukaku quase chega antes de Kovar. Atento, o goleiro salvou nos pés do atacante belga.

Sair na frente rápido era uma meta dos romanos. De Rossi havia prometido, na véspera, que seus comandados não se postariam apenas para neutralizar os alemães e também mostrariam coragem na Bay Arena. O treinador já havia somado uma virada histórica quando era jogador (levou 4 a 1 na casa do Barcelona e avançou com 3 a 0 na volta) e confiava em um repeteco.

A primeira chance real de gol veio aos 15 minutos. Trama envolvente do Leverkusen e chute forte de Palácios espalmado por Svilar. O rebote foi para o alto. A resposta da Roma veio em cabeçada de Pelegrini nas mãos de Kovar.

O até então jogo disputado limpo teve momentos de empurra-empurra e nervosismo quando os alemães não pararam o jogo para atendimento de Spinazzola, com problema muscular. O lateral levantou a mão pedindo atendimento e caiu no gramado. Acabara substituído. Frimpong seguiu na jogada e irritou os jogadores da Roma, que cobraram fair play e partiram para cima do atacante em confusão generalizada.

A confusão deixou os italianos nervosos e a pressão alemã cresceu ainda mais. Palácios voltou a assustar com bola na trave. Sensação do ano, o Leverkusen amadurecia seu gol. Svilar fez dois milagres seguidos em finalizações dentro da área de Adli e no rebote, de Hlozek.

O sufoco gigante ganhou um momento de alívio aos italianos em um cruzamento despretensioso para a área que resultou na primeira falta do Leverkusen no jogo, aos 41 minutos. Tah agarrou o atacante Azmouun na área. Pênalti bem cobrado por Paredes e Roma na frente, com 1 a 0. Antes do intervalo, Xabi Alonso pediu concentração ao time.

Na volta do intervalo, a postura era semelhante, com o diferencial da administração da posse de bola. Ao mesmo tempo em que atacava para ampliar a invencibilidade da temporada, o Leverkusen não deixavam os italianos ameaçarem sua classificação – faltava um gol para a Roma levar a decisão à prorrogação. Mesmo assim, os italianos conseguiram encaixar alguns contragolpes perigosos e El-Shaarawy parou em defesa com a mão direita de Kovar.

Outra besteira na área gerou novo pênalti. Após consulta ao VAR, o toque na mão de Hlozek se transformou em novo pênalti. Paredes deslocou o goleiro e exibiu o símbolo da Roma para a torcida na comemoração efusiva. O que parecia impossível, acontecia, com a Roma devolvendo os 2 a 0 mesmo sendo totalmente envolvida.

Restavam metade da etapa mais os acréscimos para a definição. E a questão era como o Leverkusen reagiria. No Campeonato Alemão, no qual se sagrou campeão inédito com rodadas de antecedência, escapou de perder a invencibilidade se safando com gols nos acréscimos em dois jogos, contra Stuttgart (2 a 2) e Borussia Dortmund (1 a 1).

Adli mandou raspando a primeira oportunidade de reação. Aos 37, após cobrança de escanteio, Svilar passou direto, a bola bateu no capitão Mancini e foi contra as próprias redes. Aos 51 minutos, o gol da manutenção da invencibilidade que virou recorde. A Roma, já no desespero, errou a cobrança de lateral, a bola sobrou para Stanisic driblar o goleiro e garantir a festa completa.

ATALANTA DERRUBA O OLYMPIQUE DE MARSELHA
O segundo finalista da Liga Europa é a Atalanta, que fez 3 a 0 no Olympique de Marselha. Depois de bom empate por 1 a 1 jogando na França, a equipe italiana confiava no apoio da torcida no Gewiss Stadium, em Bérgamo, para ir à inédita final.

Precisou de 29 minutos para ficar em vantagem sobre o Olympique de Marselha. Lookman recebeu pela direita, se livrou do marcador e mandou no cantinho. Na comemoração, deslizou no gramado.

Na volta do intervalo, logo aos seis minutos, Lookman tabelou com Ruggeri, que soltou uma bomba, no ângulo para ampliar. O camisa 22 vibrou muito ao deixar a classificação encaminhada. Os italianos souberam administrar a boa vantagem e comemoraram a vaga em bela festa com mais um gol, de Touré, nos acréscimos.

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