Cada vez mais envolvido em iniciativas ecológicas, Lewis Hamilton vai entrar nas competições elétricas, embora ainda sem pilotar. O hexacampeão da Fórmula 1 lançou nesta terça-feira a sua equipe para participar da Extreme E, novo campeonato de rali, disputado por carros movidos à eletricidade. A categoria terá a primeira temporada em 2021, com direito à etapa na Amazônia.
A equipe foi batizada pelo inglês de X44, em referência ao número que ele costuma usar na F-1. "Sinto-me incrivelmente orgulhoso de anunciar minha nova equipe e confirmar nossa entrada no Extreme E. Ter meu próprio time é um desafio totalmente novo, mas me sinto muito animado", declarou o piloto. "Como fundador da X44, estou ansioso para construir minha equipe em torno de valores importantes, como sustentabilidade, igualdade e diversidade."
A Extreme E tem como principal apelo a questão ambiental. Um dos seus criadores é o espanhol Alejandro Agag, que fundou a Fórmula E, primeira categoria de carros elétricos do automobilismo mundial. Na Extreme E, os veículos (SUVs) também são movidos à eletricidade, mas competem em traçados off-road.
Em sua primeira temporada, a competição vai passar por cinco locais que sofreram impactos ambientais recentemente. No Brasil, a etapa vai atravessar a floresta amazônica na altura do estado do Pará. O campeonato terá também disputas pelo Senegal, Arábia Saudita e Groenlândia, em climas e situações das mais adversas.
"A competição me atraiu por conta de seu foco ambiental. Cada um de nós tem o poder de fazer a diferença, e isso significa muito para mim. Posso usar meu amor pela velocidade, juntamente com o meu amor pelo nosso planeta, para oferecer um impacto positivo", disse Hamilton. "Não apenas visitaremos locais remotos na linha de frente da crise climática, mas também trabalharemos em estreita colaboração com pessoas locais e com os principais especialistas em clima para compartilhar nosso conhecimento e deixar um legado positivo em cada região, o que vai muito além das pistas."
O piloto britânico não deu detalhes sobre como será sua participação, mas ele deve comparecer à maior parte das disputas por ser o proprietário do time. Além disso, quase todas as datas não coincidem com as corridas da F-1. Já é quase certa sua presença na etapa brasileira, em outubro de 2021, no Pará.
O nome dos pilotos do time, um homem e uma mulher, ainda não foi anunciado. A X44 será formada por sete funcionários no total. E vai se juntar a outros times já confirmados na competição, como a Chip Ganassi Racing e a Andretti United, ambos dos Estados Unidos, a Abt e a HWA da Alemanha, a espanhola QEV Technologies, a Techeetah, da Indonésia, e a britânica Veloce Racing.
Hamilton vem se tornando um ativista ambiental nos últimos anos. Em 2019, surpreendeu ao anunciar que estava neutralizando sua emissão de carbono nas viagens e corridas de F-1. Também mudou sua alimentação e até hábitos do dia a dia, na busca por uma vida mais sustentável do ponto de vista ambiental.
Na semana passada, ele publicou nas redes sociais fotos do seu novo carro de rua: o modelo EQS, totalmente elétrico, da Mercedes. "Eu tento sempre usar carros elétricos quando for possível", declarou. A empresa alemã, para a qual pilota na F-1, entrou no grid da última temporada da Fórmula E. Quanto a guiar carros elétricos em competições, o inglês descartou essa possibilidade no ano passado.
BRASIL E A EXTREME E – A ligação do País com a nova competição vai além da etapa amazônica. A Extreme E tem como um dos seus criadores o ex-piloto Gil de Ferran. O campeonato tem como um dos fundadores a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), empresa brasileira liderada pela família Moreira Salles.
A CBMM é a líder mundial na produção e comercialização de produtos de nióbio, elemento químico essencial para a produção de baterias elétricas, fundamentais tanto para a Extreme E quanto para a Fórmula E.