Após dias de contestação na Justiça, a licitação para obras de expansão do metrô de Fortaleza ocorreu na última quinta-feira, 11, mas só um consórcio, formado pela brasileira Ferreira Guedes e pela espanhola Sacyr, apresentou proposta. O valor será conhecido após a fase de habilitação. A obra está orçada em R$ 1,7 bilhão.
Camargo Corrêa e Queiroz Galvão vinham tentando suspender na Justiça o certame, alegando que havia falhas no edital e que o governo estadual não havia esclarecido dúvidas dos interessados. O Tribunal de Justiça do Ceará negou os pedidos.
Com sede em São Paulo, a Ferreira Guedes é uma construtora de médio porte – em 2017, faturou R$ 350 milhões. Faz parte do grupo Agis, que tem ainda uma pedreira, e possui no portfólio obras no metrô de São Paulo e de Salvador. Mas o projeto de Fortaleza será o maior desse tipo já assumido pela empresa.
A espanhola Sacyr, cujas receitas beiram € 3 bilhões, está em mais de 30 países, mas a presença no Brasil é tímida. Atua no metrô de São Paulo por meio da subsidiária Somague.
Patricia Bueno, diretora jurídica da Ferreira Guedes, disse que a ausência de rivais reflete o momento do País. “Não é que não teve competição. Para esse tipo de obra, houve redução de participantes por conta do atual cenário econômico e das limitações das empresas envolvidas na Lava Jato.”
Sobre críticas de rivais ao edital – a Camargo sustentou que problemas no projeto básico levarão a aditivos -, disse que a empresa avaliou com profundidade os documentos. “Não somos empresa pequena, nem aventureira. E buscamos um parceiro com expertise e renome internacional”, afirmou.
Procurado, o governo do Ceará não comentou sobre a falta de competição no certame. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.