Menos de um mês após retornarem de 20 dias de férias coletivas de fim de ano, funcionários da fábrica da General Motors de São José dos Campos (SP) vão ficar em casa novamente por mais 20 dias, a partir do dia 13.
O comunicado foi feito aos trabalhadores da unidade nesta quarta-feira, dia 1º, dia em que foi divulgado o balanço das vendas de veículos em janeiro, com queda de 5,2% em relação a igual mês do ano passado. A GM, que fechou 2016 como líder de vendas no País, manteve o posto.
A empresa não quis comentar o anúncio das novas férias que, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, deve envolver 2,2 mil dos 5,2 mil funcionários. “A empresa está escondendo o motivo das férias e há um grande receio entre os funcionários de que ocorram demissões”, disse o presidente da entidade, Antônio Ferreira de Barros.
A entidade solicitou reunião com diretores da GM, que deve ocorrer na próxima semana. A fábrica produz a picape S10, o utilitário Trailblazer e componentes. Só da S10 foram produzidas 52 mil unidades em 2016, segundo Barros, e 30% da produção foram destinadas à exportação. Em julho a montadora contratou 550 funcionários temporários (por um ano) justamente para ampliar a linha da S10 em razão da demanda externa.
De acordo com o sindicalista, o motivo das férias “não pode ser questão de mercado, pois os estoques estão baixos”. Ele disse que boatos dentro da fábrica apontam para possível queda de encomendas do México em razão da crise interna estabelecida após boicotes ao país anunciados por Donald Trump.
Tamanho adequado
Nesta semana, o presidente da GM Mercosul, Carlos Zarlenga, disse ao jornal Estado de S. Paulo que o quadro de funcionários do grupo está adequado ao tamanho do mercado total de veículos previsto pela empresa para este ano, de 2,2 milhões a 2,4 milhões de unidades. A marca, afirmou, espera manter a liderança conquistada em 2016.
“Em janeiro completamos 16 meses consecutivos de liderança e é a primeira vez em 92 anos de Brasil que isso ocorre”, disse Zarlenga. A marca vendeu 27,6 mil automóveis e comerciais leves em janeiro e garantiu participação de 19,2% nos negócios totais. A segunda colocada, a Fiat, ficou com 13,8%. O segmento vendeu 143,8 mil unidades, 4% menos que um ano atrás.
Incluindo caminhões e ônibus, foram vendidos em janeiro 147,2 mil veículos, queda de 5,2% em relação a igual mês de 2016 e de 27,9% na comparação com dezembro, segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos (Fenabrave). Foi o menor volume para meses de janeiro desde 2006.
As montadoras esperam para o ano todo crescimento de 4% ante os 2,05 milhões de veículos comercializados em 2016.
Em janeiro, o Chevrolet Onix – fabricado em Gravataí (RS) – manteve-se como o automóvel mais vendido no País (13,9 mil unidades), seguido por Hyundai HB20 (7,3 mil). Entre os utilitários, a S10 ocupou a quinta posição, com 2,18 mil unidades. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.