Uma das preocupações manifestadas pelos líderes da base aliada na reunião da tarde desta segunda-feira, 4, com o vice-presidente Michel Temer em relação às consequências da votação do projeto que regulamenta a terceirização foi sobre a discussão das medidas do ajuste fiscal na Câmara. Deputados ressentidos com a campanha feita contra quem votou a favor da terceirização ameaçam “dar o troco” no PT e não aprovar as Medidas Provisórias (MPs) 664 e 665.
Durante o encontro desta tarde, os parlamentares reclamaram da propaganda negativa liderada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) e pelo PT. Em algumas cidades, outdoors foram espalhados com fotos dos deputados que ajudaram a aprovar o projeto da terceirização. Eles se disseram “constrangidos” perante o eleitorado. “Os deputados sentiram a pancada de estar em outdoors. Isso pode pesar amanhã”, avaliou o líder do PR, Maurício Quintella Lessa (AL).
Apesar da insatisfação, o líder do PR disse que havia um clima de colaboração por parte dos partidos da base governista. Segundo ele, foi enfatizado que o pacote do ajuste fiscal é “uma necessidade real do País” e que sua rejeição pelo Congresso implicaria em consequências graves para a economia, como o rebaixamento da classificação de risco do País, o agravamento da crise financeira interna, a fuga de investidores e o aumento do contingenciamento.
Quintella negou que, ao mencionar contingenciamento nos ministérios, o governo tenha tentado pressioná-los a aprovar as MPs do jeito que elas estão. “Não vou nem levar esse assunto para a bancada”, afirmou.
Ainda de acordo com o líder, os ministros Carlos Gabas (Previdência) e Nelson Barbosa (Planejamento) se colocaram à disposição das bancadas para fazer um “plantão” para tirar dúvidas dos deputados. Gabas se comprometeu a se reunir com a bancada do PR.