Integrantes do PSDB de São Paulo se reuniram nesta sexta-feira, 26, para definir detalhes da convenção estadual do partido, que deve acontecer no dia 25 de fevereiro próximo. Os tucanos defendem a ideia de candidatura própria nas principais cidades do Estado, o que inclui a capital paulista, embora lideranças municipais prefiram apoiar o prefeito Ricardo Nunes (MDB) em sua batalha pela reeleição.
O presidente da executiva provisória, Paulo Serra, prefeito de Santo André, na região do ABC Paulista, afirmou que a discussão sobre a capital será após o dia 25 de fevereiro. "Depois da convenção que virão essas definições. Claro que o conceito e regra geral, um partido que quer se reposicionar e se reconectar com a sociedade não pode abrir mão de candidaturas próprias em cidades importantes, como é o caso da capital. Mas é uma discussão que será feita em parceria com a executiva nacional e após 25 de fevereiro", disse ao Estadão.
O prefeito de Ribeirão Preto, Antônio Duarte Nogueira Junior, afirmou não ver motivos para o partido não lançar candidatura própria na principal cidade do País. "O PSDB desde 1988, em todas eleições até a vitória do prefeito Bruno (Covas) em 2020, teve candidato a prefeito na capital. Não vejo razão para agora não ter. Vamos fazer a convenção estadual dia 25 de fevereiro. Em seguida, amadurecemos o partido na capital. Tanto majoritariamente como cuidar também da chapa de vereadores", disse.
A reunião tucana contou ainda com as presenças do ex-senador José Aníbal, ex-prefeito de São José dos Campos Eduardo Cury, secretário-geral do partido, Carlos Balotta, e os ex-deputados Marco Vinholi e Ricardo Trípoli. A polêmica em torno do lançamento de candidatura própria causa um desgaste no PSDB da capital. Líder da bancada tucana na Câmara Municipal de São Paulo, o vereador João Jorge anunciou no domingo, 21, que vai deixar o PSDB após 32 anos como filiado.
"A dolorosa decisão pela desfiliação foi amplamente debatida com minha base política", disse Jorge em publicação no Instagram. "Meu destino partidário para disputar a reeleição como vereador da cidade de São Paulo será conhecido depois de conversar com o prefeito Ricardo Nunes a quem apoiarei em sua campanha de reeleição", acrescentou.
Já Orlando Faria deixou a presidência municipal do partido e vai atuar na campanha de Tabata Amaral, argumentando que ela tem mais chance de atrair o eleitor do PSDB. Enquanto a direção municipal do partido defende apoio à reeleição de Ricardo Nunes na capital, a direção nacional apoia candidatura própria.
Na dificuldade para encontrar um nome que aceite o desafio, o PSDB insiste em atrair de volta à sigla o ex-ministro Andrea Matarazzo para assumir a missão. Vereador eleito em 2012 pelo PSDB, partido pelo qual foi filiado entre 1991 e 2016, Matarazzo disputou a Prefeitura de São Paulo na última eleição, já no PSD. Ele foi ministro da Secretaria de Comunicação Social do governo de Fernando Henrique Cardoso e embaixador em Roma. Ítalo-brasileiro, Matarazzo tentou uma vaga no Senado da Itália, mas não foi eleito. Ele obteve pouco mais de 27 mil votos e estava em uma coligação do Partido Democrático.