Autoridades, especialistas, políticos e líderes de entidades de classe estranharam os valores investidos no 2o Salão do Livro. O ex-presidente da Associação Comercial e Empresarial (ACE) de Guarulhos, Wilson Lourenço, afirma que a Secretaria Municipal de Educação poderia ter economizado. "O que gastaram daria para construir um Terminal de Passageiros. Deveriam ter utilizado um local adequado para esse tipo de evento. Temos o antigo espaço da Phillips e o Adamastor", diz.
Lourenço destaca que o Salão do Livro é um evento importante para a cidade, tanto que revela o interesse da população, mas os custos poderiam ser menores. O ex-presidente, que pode presidir o PSD em Guarulhos, lamentou também o gasto de R$ 65 mil na impressão de 6 mil exemplares de livros com reportagens publicadas do 1o Salão do Livro, inclusive com textos do Diário Oficial do Município. "Foi estranho", diz.
Segundo o líder da Oposição na Câmara Municipal, vereador Geraldo Celestino (PSDB), é um absurdo o gasto de R$ 5,5 milhões para um evento de 10 dias. "Cabe convocar o secretário de Educação (Moacir de Souza) para prestar esclarecimentos no Legislativo", diz. Ele fez um ofício solicitando informações se houve licitação para escolha da empresa que realizou o evento.
Para o presidente da Associação dos Empresários de Cumbica (Asec), Aarão Ruben de Oliveira, a Prefeitura deveria construir um centro de eventos para evitar a utilização de espaços improvisados. "Poderiam migrar recursos para este fim", afirma.
Organizadora defende investimento realizado
A Secretaria Municipal da Educação, em nota, defendeu o investimento de R$ 5,5 milhões no 2o Salão do Livro, no Parque Cecap, entre 29 de abril e 8 de maio. "Nosso princípio sempre será este: fazer o melhor possível, gastando menos. Consideramos que os valores investidos no Salão do Livro 2011 estão de acordo com o evento que recebeu milhares de alunos de todas as redes da cidade, além da população em geral. O objetivo do ‘salão é muito claro: formar novos leitores e escritores na nossa cidade. Todo investimento/esforço que pudermos fazer neste sentido, faremos."
A Secretaria não confirma a utilização do mesmo espaço nos próximo anos, mas considera o local "muito adequado". Segundo a pasta, as ruas asfaltadas antes do evento já faziam parte do programa de pavimentação da cidade e o espaço disponibilizado no Internacional Eventos possuía apenas metade da área necessária para o evento.
