Em uma reviravolta nas negociações em torno da votação do relatório preliminar do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2018, os líderes decidiram retomar ainda nesta quarta-feira, 28, às 19h30, a sessão da Comissão Mista de Orçamento (CMO), para apreciar o parecer prévio do relator, deputado Marcus Pestana (PSDB-MG), que mantém a meta de resultado primário em déficit de R$ 129 bilhões para o ano que vem. A reunião havia sido convocada para discutir a possibilidade de adiar a votação para a semana que vem, mas a decisão no fim das contas foi de antecipar a retomada dos trabalhos de quinta para esta quarta.
A oposição pedia o adiamento da votação do parecer preliminar para 4 de julho, como previsto inicialmente pelo relator. Mas o governo resiste à ideia, pois precisa correr com a tramitação para concluir a votação da LDO até 14 de julho, antes do recesso parlamentar, como prevê a lei. Isso num ambiente conturbado diante da apresentação da denúncia contra o presidente Michel Temer e a expectativa de que ela chegue à Câmara dos Deputados para ser analisada.
O parecer da LDO de 2018 foi lido na terça na CMO, e a sessão depois foi suspensa com manutenção do quórum. Sem ter o pleito de adiamento atendido, a oposição ameaça obstruir os trabalhos, inclusive com pedido de verificação de quórum. Como na quinta-feira a base poderia ter mais dificuldades para garantir o mínimo necessário de deputados e senadores para dar início a uma sessão deliberativa, caso a oposição cumpra a promessa, líderes aliados do governo acharam melhor antecipar a retomada da sessão para esta quarta à noite, quando o Congresso Nacional está mais “movimentado”.
A base aliada ainda tenta convencer a oposição a não obstruir os trabalhos e, no fim da tarde, haverá nova reunião para discutir um possível acordo. Mas já se admite que a manutenção do cronograma previsto para as próximas etapas vai depender do resultado da sessão desta quarta da CMO.