Lideranças do Mercosul assinaram nesta segunda-feira, 18, uma declaração à parte sobre a Venezuela para pressionar a criação de canais de acesso que facilitem a ajuda humanitária no país. O texto não faz menção à reeleição do presidente Nicolás Maduro ou questões políticas. Os líderes participam hoje da 52ª reunião de cúpula do bloco, que ocorre em Assunção, no Paraguai.
No documento, os líderes pedem que o governo venezuelano coordene com a comunidade internacional o estabelecimento de canais para “aliviar a crise social e migratória” e também crie um sistema para o intercâmbio de informação epidemiológica com os países da região.
“Considerando o crescimento dos fluxos migratórios de venezuelanos, que buscam novas oportunidades na região, ante a deterioração das condições de vida da Venezuela, sublinham a necessidade de coordenar esforços a fim de dar respostas integrais em matéria migratória e de refúgio, de forma consistente com a dignidade e a preservação dos direitos fundamentais dos migrantes”, diz o texto.
Em agosto de 2017, a Venezuela foi suspensa do Mercosul – atualmente integrado por Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai – por ruptura da ordem democrática.
“(Os países) Reiteram sua vontade e compromisso de apoiar e acompanhar o povo irmão venezuelano nos esforços que demande a mitigação da crise migratória, humanitária e social, que atravessa atualmente”, continua o texto.
Mais cedo, o presidente Michel Temer anunciou aos líderes do bloco que irá amanhã para Roraima inspecionar pontos de atendimento aos refugiados venezuelanos. Temer viajará acompanhado do líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR), visitar o abrigo Nova Canaã, em Boa Vista.
“Lamentamos dizer de uma certa ruptura existente na ordem democrática da Venezuela e nós continuamos vigilantes frente a uma deterioração humanística no quadro daquele país”, afirmou Temer.
Ele disse que o Brasil tem recebido “milhares e milhares de imigrantes venezuelanos que buscam uma vida melhor” e que “não tem poupado esforços” para recebê-los, citando que o País oferece alimentação, remédio, abrigo e uma carteira de identidade transitória. “Nosso povo irmão atravessa um momento preocupante e não há espaço para hesitações, por isso que agimos dessa maneira.”