Líderes de países ocidentais condenaram o assassinato de um dos principais nomes da oposição na Rússia, Boris Nemtsov, e pediram que o Kremlin garanta que as investigações sejam conduzidas de forma correta.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse que o povo russo “perdeu um de seus defensores mais dedicados e eloquentes de seus direitos”. Na mesma linha, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, saudou a coragem de Nemtsov em criticar as políticas do Kremlin e pediu que o presidente russo, Vladimir Putin, garanta que os assassinos sejam levados à justiça, disse seu porta-voz Steffen Seibert.
“Sua vida foi dedicada a falar incansavelmente para o povo russo, para exigir direito à democracia e à liberdade sob o Estado de Direito, e para o fim da corrupção. Ele fez isso sem medo e nunca cedeu à intimidação (…) A coragem da vida de Nemtsov contrasta com a covardia absoluta de seu assassinato”, disse o primeiro-ministro britânico, David Cameron.
A chefe de política externa da União Europeia, Federica Mogherini, também se manifestou e declarou que o bloco “espera que as autoridades russas conduzam uma investigação completa, rápida e transparente sobre este assassinato, trazendo os culpados rapidamente à justiça”.
Provocação
O Comitê de Investigação, que encabeça a busca pelos responsáveis do crime, disse que estava analisando se Nemtsov tinha sido morto como “vítima sacrificial daqueles que não evitam qualquer método para alcançar seus objetivos políticos”, uma sugestão que ecoou em comentários do porta-voz de Putin e de outros políticos russos. Segundo eles, o incidente poderia ser uma “provocação” contra o Estado.
O ex-líder soviético Mikhail Gorbachev disse o incidente era uma “tentativa de pressionar a situação em direção a complicações e até desestabilizar o país”. O chefe do Partido Comunista da Rússia, Gennady Zyuganov, concordou: “é uma provocação. Para grandes incêndios, figuras de sacrifício são necessárias”. Fonte: Associated Press.