Cidades

Ligações perigosas

Branislav Kontic, ex-secretário de Desenvolvimento Urbano do então prefeito Elói Pietá (ainda no PT), entre o final da primeira e início da segunda gestão, voltou a aparecer com destaque na grande mídia, por ter sido o braço direito do ex-ministro Antonio Pallocci. Segundo Marcelo Odebrecht, nas delações premiadas que fez, Brani – como era conhecido – foi o responsável por saques de R$ 13 milhões em espécie destinados a ninguém menos que o ex-presidente Lula nos anos de 2012 e 2013.
 
Poder central
 
A proximidade de Brani a Pallocci e Lula, segundo as denúncias da Odebrecht, somada à sua participação no governo municipal, quando foi responsável, entre outras ações, pela contratação de empresas de informática pela Prefeitura, demonstra que Guarulhos tinha grande importância no projeto de poder desenhado pelo PT. Conforme outra delação de executivo da empreiteira, ninguém menos que o todo poderoso José Dirceu apresentou o então deputado estadual Sebastião Almeida, candidato a prefeito em 2008, como um potencial nome para receber investimentos da construtora.
 
 
Focinho de porco
 
As revelações sobre a ligação da Odebrecht com Almeida, mostradas por esta Folha e pelo portal GuarulhosWeb, que trouxeram em primeira mão os conteúdos das delações premiadas, pode colocar fim ao sonho do ex-prefeito em ser deputado federal. A riqueza de detalhes apresentada nas delações coloca o ex-petista na vala comum dos políticos brasileiros pegos pela Lava Jato. Com a onda positiva que cresce na população contra esse tipo de conduta, será praticamente impossível Almeida conseguir explicar que focinho de porco não é tomada.
 
 
Rodoanel Norte
 
E não é que os executivos da Odebrecht chegaram às obras do Rodoanel Norte. Eles denunciaram que o superfaturamento, neste caso, está nas avaliações dos terrenos desapropriados na região de Guarulhos. Sem citar o nome de qualquer um dos proprietários envolvidos, a TV Globo, em reportagem exibida no telejornal Hoje, ouviu Benedito Edison Trama, advogado de algumas famílias, incluindo a de Francislene Assis de Almeida, mulher do deputado federal Eli Corrêa Filho (DEM), que teriam se beneficiado dos valores que deveriam ser pagos a mais pelo Dersa.
 
 
Entenda o caso
 
De forma didática, a reportagem mostrou que as famílias exerceram o direito de solicitar uma segunda avaliação dos valores apurados pelo Dersa a serem pagos pela desapropriação. No entanto, a empresa estadual, ao recorrer da nova avaliação, foi obrigada a depositar em juízo os valores apontados. Mas chamou a atenção do Ministério Público Estadual o fato de alguns proprietários terem sacado o dinheiro, com autorização da Justiça, antes de uma decisão final, o que seria o correto. 
 
 

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