O diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, avalia que a maior dificuldade é estabelecer causa e consequência nos casos de microcefalia, sobretudo pela falta de ferramentas de diagnóstico. “A causa da má-formação aconteceu há pelo menos seis meses. Esse período pode fazer com que boa parte dos detalhes seja esquecida”, afirma.
Exames existentes, por exemplo, para identificação de infecções provocadas por vírus transmitidos por insetos geralmente são pouco específicos: funcionam no período da contaminação. Quanto mais longe o período, mais difícil identificar o agente.
Diante dessas dificuldades, o governo aposta em duas alternativas, de onde a solução pode ser encontrada. De um lado, aumentou o ritmo para que um teste específico para o zika seja desenvolvido.
Uma equipe da Fiocruz de Pernambuco trabalha no projeto e a expectativa é de que, até o fim do mês, a forma “artesanal” já poderá ser testada. O Ministério também entrará em contato com CDC, Pasteur e outros institutos de pesquisa em busca de alternativas.
Carlos Brito, da Universidade Federal de Pernambuco, acha difícil que o aumento de casos de microcefalia seja provocado, por exemplo, por dengue. “Temos epidemia de dengue no Brasil desde 1986 e nunca um fato como esse foi registrado.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.