Por anos, os usuários de transporte público que precisavam chegar a Paulo Faccini tinham que caminhar por vias paralelas como a Salgado Filho, João Gonçalves e Tiradentes para chegarem aos seus destinos. Entre as novidades do sistema de transporte público, implantado em janeiro, estavam novas linhas circulando pela avenida, considerada a principal da região central da cidade. Mas, um mês após a implantação dos novos trajetos, o fluxo de passageiros é baixo.
O Guarulhos Hoje esteve ontem pela manhã em diversos pontos da avenida e constatou a baixa procura dos usuários por transportes públicos na região. Em toda a sua extensão, há nove pontos de parada e os ônibus chegam a ter um intervalo de 20 minutos.
A novidade divide opiniões. Enquanto os motoristas criticam a passagem de ônibus na avenida, apontando piora no congestionamento rotineiro, os usuários aprovam a mudança pela redução do trajeto, mas ainda se mostram insatisfeitos com outros pontos da implantação do Bilhete Único.
O professor de informática, Jonatas Ferreira, 19 anos, foi um dos raros passageiros que a reportagem avistou descerem na região em cerca de duas horas, e aprovou a mudança de trajeto. "Aqui foi bom. Antes eu descia no Habibs e vinha andando ou teria que parar na avenida Esperança e descer a Tiradentes a pé", descreve.
Já o comerciante Arlindo Sobral, 73, desaprova a distância entre os pontos, principalmente na região do Bosque Maia. "Como um idoso vai andar tanto até pegar um ônibus? Estão judiando um poucos dos velhos", comenta. "Além disso, os ônibus passam vazios. É um desrespeito ao usuário", completa.
Trânsito – Motoristas de carros de passeio não estão gostando de dividir espaços com os ônibus, já que a via recebe também o tráfego de caminhões e carretas durante todo o dia. Núbia Gonçalves, 43, culpa a nova frota de veículos no local. "Piorou o trânsito, principalmente em horário de pico, de manhã e no início da noite", relata.
Luiz Faccini – Apesar da grande quantidade de veículos estacionados em um lado da via, com o sistema Zona Azul, a rua Luiz Faccini, na região central, também ganhou um ponto de parada do número 550.
Com isso, a via que conta com praticamente uma faixa para fluxo de veículos pode ficar ainda mais complicada com o trânsito de micro-ônibus e vans da Reserva Técnica Operacional (RTO).
STT – Apesar da placa instalada no último final de semana, a STT informou que não há circulação de ônibus pela rua Luiz Faccini. Pela avenida Paulo Faccini circulam, a STT confirmou apenas duas linhas: 210 – Vila Rio / Cidade Satélite de Cumbica e a 232 – Cocaia / Centro. Essas linhas percorrem toda a extensão da avenida. Essas linhas têm intervalo médio de 20 minutos.