O candidato à presidência da Câmara Arthur Lira (PP-AL) afirmou que, caso haja maioria ou pedido de urgência, poderá pautar projetos como sobre o fortalecimento da autonomia das polícias civil e militar. O <i>Estadão</i> mostrou nesta segunda-feira, 11, que o Congresso se prepara para votar dois projetos de lei orgânica das polícias civil e militar que restringem o poder de governadores sobre braços armados dos Estados e do Distrito Federal. As propostas trazem mudanças na estrutura das polícias, como a criação da patente de general, hoje exclusiva das Forças Armadas, para PMs, e de um Conselho Nacional de Polícia Civil ligado à União.
"A gente tem que primeiro separar o que o deputado Arthur pensa do que o possível presidente da Câmara vai fazer", disse Lira. "Eu não vou engavetar projeto nem pautar projeto que ache correto. Qualquer pauta com maioria no colégio de líderes, pedido de urgência aprovado, vai ser pautado e o plenário resolve", respondeu ao ser questionado se colocaria os projetos em pauta.
Lira não deixou claro se já chegou a debater esses projetos com a Frente da Segurança Pública, mas fez um aceno às bancadas temáticas da Câmara. "Me reuniu com membros da Segurança Pública, FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária), Saúde, Educação, bancada feminina, frente Evangélica, as maiores frentes representadas naquela Casa estão sem voz", disse.
O novo modelo para as polícias é defendido por aliados do governo no momento em que o presidente Jair Bolsonaro endurece o discurso da segurança pública para alavancar sua popularidade, na segunda metade do mandato. Caso ganhe a eleição, Lira será responsável por decidir quais projetos serão votados pela Câmara e suas prioridades a partir de fevereiro.