Desempregado desde o fim do ano passado, o técnico Lisca busca um emprego que não seja para "apagar incêndios" após sofrer na temporada passada ao assumir Santos e Avaí. Nesta sexta-feira, o treinador lamentou a maneira como foi tratado ao deixar o Sport para assumir a equipe paulista, usou até Felipão para se defender, falou bem do atacante Luan e ainda comentou que não v~e com bons olhos uma possível vinda de Carlo Ancelotti à seleção brasileira.
O treinador foi bastante apedrejado quando trocou o Sport, no qual estava há poucos dias, para assumir o Santos, no qual também não durou muito. Em sua visão, ele não merecia tamanhas críticas, sobretudo de dirigentes pernambucanos, por optar por uma proposta mais vantajosa na carreira. Citou até a saída de Felipão da diretoria do Athletico-PR para a direção do Atlético-MG como fatos normais de mercado.
"Foi duro quando sai do Sport para o Santos, muito duro", disse Lisca, em entrevista à Rádio Grenal, ao explicar sobre as cobranças. "Mas quando o Felipão trocou o Athletico pelo Atlético-MG, não vi metades das críticas. Quando o Luís Castro saiu do Botafogo, o John Textor até o defendeu na coletiva", afirmou.
No Santos, mesmo não sendo sua indicação, Lisca trabalhou com Luan, atualmente encostado no Corinthians. E elogiou o jogador. "Eu não indiquei ele para o Santos, mas aceitei, pois a qualidade dele é indiscutível. Ele não faltou a um treino, não se atrasou, não perdeu uma preleção. Não tive problemas com ele", enfatizou. E se animou com a possibilidade de o jogador ganhar nova oportunidade no Grêmio. "Luan tem recuperação. Eu trairia ele para o Grêmio."
Sobre seleção brasileira, Lisca é mais um que prefere comando nacional. Questionado sobre o fato de a CBF aceitar esperar até o meio de 2024 para a chegada do italiano Carlo Ancelotti, ele demonstrou ser contrário.
"Não acho certo esperar por um estrangeiro. E não acredito que ele (Carlos Ancelotti) virá. O (Fernando) Diniz tem uma aceitação muito grande do trabalho pelos jogadores, espero que dê certo o trabalho dele."
Sobre o que busca para o futuro, ressaltou que agora será mais seletivo. "Eu procuro um projeto que me dê condições de vencer. Na Série B, é melhor pegar um time que está entre os oito do que um que esteja lá embaixo", avaliou. Também não quer pegar um trabalho pela metade, mesmo que seja na Série A. "Chegar em um time que está em um momento difícil e conseguir resultado é complicado, porque os treinadores têm pouco tempo para desenvolver a ideia de jogo, pouco tempo para treinar."