Seja Feliz!

Livre-se do pesado fardo alheio

A palavra apóstolo significa mensageiro ou embaixador. Os discípulos de Cristo saíram de Jerusalém, sempre em pares, para apresentar a mensagem da Boa Nova: “somos todos filhos de Deus”. Antes, porém, eles perguntaram a Jesus sobre como dirigir-se ao Pai bondoso, que nos ama incondicional e plenamente.
 
O Mestre pronunciou, então, o Pai-Nosso. São cinco singelas rogativas (pedidos com humildade), sendo que uma delas é “… Perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido…” Curioso é que, na prática, isso significa dizer que só recebemos o perdão para as nossas faltas quando nós habitualmente perdoamos.
 
Perdoar é livrar-se de um fardo que não é seu. Aliás, é mais fácil ser a parte que perdoa, que isenta, que compreende, que ama. Pesa bem menos, pois é fruto da sagrada simplicidade da qual todos somos dotados. Mas falta dar o primeiro passo.
 
Na passagem em que Pedro pergunta a Jesus quantas vezes perdoar, Ele diz: “… Setenta vezes sete” (Mateus, 18:22). Essa conta não dá necessariamente 490. Tente pronunciar em voz alta ‘eu perdoo você’ para alguém que entristeceu o seu coração. Bem antes da centésima vez, você já terá perdoado. Vencido pelo cansaço, talvez.
 
Mas, e se você precisar pedir perdão? Peça, de todo o seu coração. Se o outro não demonstrar compaixão, e corresponder com um terno abraço, deixe o tempo se encarregar do restante. É bem provável que você tenha uma boa surpresa nos próximos dias, ou horas, quem sabe? Afinal, você estava preparado para pedir, mas é bem provável que a pessoa não estava pronta para perdoar você.
 
Indagado por um seguidor muito querido a respeito do ato de perdoar, Francisco Cândido Xavier (1910-2002), aclamado há dois anos como o maior brasileiro de todos os tempos, disse: “Eu nunca precisei perdoar ninguém; para isso, eu teria de sentir-me ofendido pela pessoa. Isso jamais ocorreu.” Muito obrigado, Chico.
 
José Augusto Pinheiro, 52, é jornalista; [email protected]
 
 
 
 
 
 

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