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Livro busca destrinchar a perfeição de Superman

Glen Weldon, escritor e crítico de quadrinhos, dá razão a Lex Luthor, o arquirrival do Superman. Humano, como qualquer um, eu, Glen e você, e mais inteligente que provavelmente nós três juntos, Lex nutre um ódio quase irracional pelo Homem de Aço. Ele detesta o herói que é capaz de tudo: voar, soltar raios pelos olhos, ser mais rápido do que uma bala e, ainda, ser dono de uma integridade quase inabalável. Insuportavelmente perfeito.

Desde a sua criação, pelos jovens Jerry Siegel e Joe Shuster, em 1938, Superman é praticamente o símbolo da perfeição. A letra “s” reluzindo no peito estufado, os quadradinhos sempre impecáveis da barriga, a capa esvoaçante e até mesmo o cacho – que despretensiosamente se solta do topete nos momentos de mais ação -, tudo indica como o personagem que debutou naquela Action Comics esmigalhando um carro verde em uma pedra é imbatível.

Enviado de Krypton para a Terra quando o planeta dele estava prestes a explodir, adotado por uma família caipira do Kansas, nos Estados Unidos, o Superman é puro, como aponta o livro Superman: Uma Biografia Não Autorizada (da editora Leya), de Weldon, alguém especializado no super mais super dentre os supers. O trabalho lançado agora no Brasil busca destrinchar, justamente, como a perfeição de um herói tão inatingível – e por isso mesmo, às vezes, chato – foi capaz de permanecer no imaginário e uma figura tão importante da cultura pop 78 anos depois do seu lançamento.

O bom humor no texto de Weldon já se escancara na brincadeira com o título do livro. Não se trata exatamente de uma biografia não autorizada, obviamente, mas sim de um ensaio sobre a evolução do Superman através das quase oito décadas de existência – e como ele e a humanidade ao seu redor se influenciaram e se transformaram. O autor esmiúça a construção desse personagem que deu início ao que hoje pode ser considerada a maior febre da cultura pop mundial, que são os heróis e suas cuecas por cima das calças coladas ao corpo, atualmente nos cinemas e na TV. “Superman sobreviverá de algum jeito a outros 75 anos”, escreve o autor no livro. “Porque, diferentemente de Homem-Aranha ou Batman, não é um herói com quem nos identificamos; é o herói em que acreditamos.”
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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