Imóveis de até R$ 300 mil foram os mais vendidos em novembro em Guarulhos e em outras oito cidades vizinhas, representando 76,47% do total de contratos assinados em 63 imobiliárias e corretores consultados pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (CreciSP).
A preferência por imóveis nessas faixas de preços surgiu já na primeira pesquisa feita pelo Creci nessa região, em Outubro, com 69,77% do total de vendas efetivadas no mês. A região de Guarulhos não é a única do Estado em que casas e apartamentos custando até R$ 300 mil dominam as vendas, mesmo tendo condições econômicas diversas. No Vale do Ribeira, eles somaram 75% das unidades vendidas em Novembro e, em Sorocaba, 65 ,85%.
José Augusto Viana Neto, presidente do CreciSP, diz que não há surpresa nesses resultados. “Não se pode mesmo esperar que os interessados ainda com condições de comprar casa própria optem por preços maiores num momento em que o crédito imobiliário ficou mais caro, a renda do trabalho está no menor nível desde 2012 e o aperto nos orçamentos fica claro quando se olha para o que está acontecendo com a caderneta de poupança”, diz.
Segundo o Banco Central, a poupança registrou retirada de R$ 35,5 bilhões no ano passado. Em 2020 o saldo havia ficado positivo em R$ 166,3 bilhões, o maior da série histórica iniciada em 2020. “Seja por desemprego, seja por perda de poder aquisitivo reduzido pela inflação, além de usar suas reservas de emergência, muitos dos que compraram imóvel financiado tiveram de ajustar o valor da prestação à renda mensal mais curta e o fizeram optando por imóveis menores e mais baratos”, afirma Viana Neto.
Em Novembro, as vendas caíram 31,18% frente a Outubro, também como reflexo de uma redução nos empréstimos bancários, segundo mostram os dados reunidos pela pesquisa CreciSP. Em Novembro, 68% dos imóveis vendidos tiveram financiamento da Caixa Econômica Federal e de outros bancos, percentual que foi de 79,25% no mês anterior.
Mais apartamentos, menos casas
A pesquisa CreciSP nas nove cidades da região de Guarulhos apurou que foram vendidos mais apartamentos (61,11%) do que casas (38,89%), com a maioria desses imóveis localizados em bairros de periferia (55,17%) e de padrão construtivo médio (81,25%).
Apartamentos mais vendidos pelas 63 imobiliárias foram os de 3 dormitórios (50%), com área útil entre 51 e 100 metros quadrados (60%) e uma vaga de garagem (77,78%).
No segmento de casas, 85,71% têm 2 dormitórios, 42,86% dispõem de área útil entre 51 e 100 metros quadrados e 57,14% contam com uma vaga de garagem.
Locações crescem 57,42%
Ao contrário do que aconteceu com as vendas de imóveis usados, na locação foram alugados mais casas (72,22% do total) do que apartamentos (27,78%), e 61,12% deles com aluguel mensal de até R$ 1.250,00.
As 63 imobiliárias e corretores consultados informaram que alugaram casas de 2 dormitórios (53,85%), 1 dormitório (30,77%) e de 3 dormitórios (15,38%). A área útil desses imóveis variou de 51 a 100 metros quadrados (53,85%), de 101 a 200 m2 (15,38%), de 201 a 300 m2 (7,69%) e com até 50 m2 (23,08%). A maioria tem uma vaga de garagem (46,15%).
Os apartamentos preferidos dos novos inquilinos foram os de 2 dormitórios (60%), seguidos pelos de 3 dormitórios (40%). A área útil deles variou de 51 a 100 metros quadrados (60%), de 101 a 200 m2 (20%) e com até 50 m2 (20%). Contam com uma vaga de garagem 80% e 20% não têm nenhuma.
A pesquisa CreciSP foi feita nas cidades de Arujá, Biritiba Mirim, Ferraz de Vasconcelos, Guarulhos, Itaquaquecetuba, Mairiporã, Mogi das Cruzes, Santa Isabel e Suzano.