Estadão

Lolla: Brisa Flow mistura ativismo e música para defender o amor e os povos originários

Brisa Flow entrou às 12h35 no palco Chevrolet defendendo o amor e os povos originários. "Sempre estivemos aqui, sempre vamos estar", entoou a cantora logo que é a primeira indígena a se apresentar no Lollapalooza.

Ao escutar a frase, Leonardo Fontes, de 27 anos, fez questão de ir ver o show. "Minha bisavó viveu até morrer na floresta então tenho uma ligação muito grande com as causas indígenas", conta. O ritmo dançante e as letras que causam impacto o fizeram ficar. "Eu to curtindo muito esse show. Vim para ver Modest Mouse, minha banda favorita, mas é muito legal conhecer outros artistas", diz.

Filha de artesãos chilenos, a rapper Brisa de La Cordillera nasceu em Minas Gerais e sempre levou suas origens consigo. Em suas canções, faz questão de falar sobre amor, liberdade, colonização e o poder dos povos originários.

"Isso aqui é sobre autoestima originária, autoestima feminina, autoestima indígena", disse a cantora. Para as performances, Brisa e seus músicos contou com figurinos especiais assinados pela estilista Vicenta Perrotta, do ateliê paulista TRANSmoras.

Para cantar a música Etnocídio, do seu último álbum Janequeo (2022), Brisa contou com participação do artista indígena Ian Wapichana. "800 povos e 70 milhões de assassinatos. Guarani, Tupinambás, Mapuches, estamos vivos", gritavam.

No final, as palmas que eram tímidas daqueles que passavam a conhecer a cantora, foram substituídas por gritos e palavras de encorajamento para a artista. "O rap tem muito esse poder de, através da ideia, da poesia, abrir o coração e fazer com que as pessoas entrem na sintonia daquele som, daquela pessoa", diz o fã Gabriel Toveda, de 27 anos.

"Eu já acompanho o trabalho dela faz um ano e fiz questão de estar aqui nesse horário que não privilegia o trabalho dela, mas temos que fazer essa demarcação pra mostrar como ela estar aqui é importante", opina.

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