O presidente americano Joe Biden afirmou nesta quarta-feira, 16, que a última coisa que o presidente russo Vladimir Putin deseja é uma nova Guerra Fria contra os Estados Unidos. A declaração foi feita a repórteres após o fim de um encontro bilateral entre os dois líderes, realizado em Genebra. Um pouco antes, Putin havia declarado à imprensa que o encontro teve "espírito construtivo".
Uma das prioridades dos EUA era discutir segurança cibernética. Biden havia imposto como objetivo-chave das negociações o estabelecimento de salvaguardas sobre quais tipos de ataques à infraestrutura estão proibidos em tempos de paz. Em maio, um ataque de ransomware atribuído a uma gangue russa interrompeu o fornecimento de combustível de grande parte da costa leste do país por quase uma semana. Putin negou o papel do país nos ataques.
Biden disse a repórteres que 16 tipos de infraestrutura crítica deveriam estar proibidos para ataques cibernéticos, "ponto final". A lista incluiria o setor de energia e água. O presidente americano afirmou que ele e Putin concordaram em continuar as discussões sobre o tema, acrescentando que haverá conversas adicionais sobre responsabilização de criminosos.
Biden afirmou que na reunião também foram discutidos em detalhes "os próximos passos que nossos países devem tomar em medidas de controle de armas", para reduzir o risco de guerra. Ele disse que diplomatas e especialistas militares de ambos os países se reunirão para o que chamou de "diálogo de estabilidade estratégica" para estabelecer as bases deste controle.
O presidente americano não especificou, no entanto, quando essas negociações começariam. O objetivo é preparar o terreno para negociações sobre um acordo de controle de armas que suceda o novo tratado START, que deve expirar em 2026.
Embora tenha feito um balanço positivo, Biden aproveitou para denunciar "comparações ridículas" de Putin sobre direitos humanos. Ele afirmou que entre as questões discutidas na reunião de quatro horas estavam o caso de dois americanos injustamente presos na Rússia e o caso do opositor russo Alexei Navalni. (Com agências internacionais)