Estadão

Luan trabalha calado e vive redenção no Palmeiras um ano depois de falha no Catar

Luan sofreu calado com a enxurrada de críticas que recebeu por falhas em jogos decisivos em 2021. A principal delas foi um pênalti que cometeu na semifinal do Mundial de Clubes no Catar. O francês Gignac converteu a cobrança e o Tigres roubou do Palmeiras o sonho de jogar a final do torneio naquela ocasião. Luan virou vilão.

Um ano depois, o defensor retornou ao torneio da Fifa. Fez uma partida impecável diante do Al Ahly na vitória de 2 a 0 e foi até mais seguro do que o seu parceiro Gustavo Gómez, paraguaio apontado como um dos melhores do futebol sul-americano em sua posição. Sua atuação foi fundamental para que o Palmeiras conquistasse a vaga na final do Mundial de Clubes em Abu Dabi.

A reportagem do Estadão questionou Luan sobre como ele trabalhou a cabeça, seu lado emocional, em meio a tantos questionamentos de parte da torcida em relação ao seu futebol no ano passado. Ele disse que compreende as críticas, mas que é o mesmo zagueiro de um ano atrás. "Aquele Luan que cometeu um pênalti contra o Tigres não é melhor nem pior que o Luan que está aqui hoje. Minha vida e trajetória são baseadas na constância. Tenho certeza de que vou colher grandes frutos", respondeu o zagueiro.

"Se eu pudesse falar uma coisa para o Luan do passado, diria: "Que bom que você não desistiu e se vitimizou. Que bom que trabalhou calado e deu a volta por cima e hoje colhe os frutos desse trabalho bem-feito", adicionou o próprio jogador.

É bem verdade que não é de hoje que Luan tornou-se um zagueiro seguro. Ele tem mantido regularidade e constância há alguns meses. Cresceu na reta final da Libertadores e provou ser um zagueiro confiável quando alguns ainda o questionavam – a Mancha Alviverde, principal organizada ligada ao clube, por exemplo, chegou até a pedir a saída do jogador do clube. Hoje, emociona-se com o que tem vivido.

"Posso te falar que esse jogo contra o Al Ahly foi o mais feliz da minha vida", disse, sorrindo e um pouco emocionado, o atleta. "Não parava de olhar para meus pais na arquibancada, fico até emocionado de falar. Passamos tanta coisa juntos. É difícil conseguir a glória nesse esporte". Ele está realizado, mas não satisfeito. Luan quer mais.

E o que o jogador e o restante do grupo querem, evidentemente, é levantar a taça do Mundial, o que pode acontecer neste sábado. O adversário no duelo que definirá o campeão pode ser o poderoso Chelsea, atual campeão europeu, ou o saudita Al Hilal, dos brasileiros Matheus Pereira e Michael.

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