A candidata do PSOL à Presidência da República, Luciana Genro, disse nesta sexta-feira, na série Entrevistas Estadão, que não existe uma forma de impedir violência nas manifestações, “mas há formas de neutralizar” tais atos que resultem em violência.
Segundo ela, quando as manifestações diminuíram de volume, esses grupos ganharam protagonismo. “Quem defende estratégia de massa como o PSOL se incomoda com esses atos de violência”, afirmou, acrescentando que há temor com relação aos grupos violentos e também com relação à atuação da polícia. “Atrapalha a nossa estratégia; pequenos grupos afastam as pessoas das mobilizações”, destacou.
Ainda sobre os protestos, Luciana disse que dentro desses grupos tem gente infiltrada de direita para atrapalhar as manifestações de massa. E alegou que outros grupos, como os black blocs “são muito organizados e não há uma fórmula de impedir que eles participem”. Na sua avaliação, “nenhum partido foi dono dessas manifestações.”
Na entrevista ao Estadão, ela criticou a ex-senadora Marina Silva (PSB), dizendo que ela mostra o que não é. “Ela não é uma terceira via, é mais aparência. No meu entender, ela é uma segunda via do PSDB, sua essência não tem nada a ver com o que as ruas reivindicaram”, disse, numa alusão ao fato da atual candidata do PSB ter sido apontada por analistas como a que mais se beneficiou dos movimentos de rua em todo o País. Para Luciana, o programa de Marina é ortodoxo e muito próximo do PSDB, cujo candidato, Aécio Neves, é “o filho legítimo da direita”. “A Marina (Silva) tem uma visibilidade enorme e foi transformada num símbolo pela mídia.” No início da entrevista, a candidata afirmou que sua propaganda no horário eleitoral gratuito tentou mostrar um lado pessoal e família em razão “das propostas duras desta campanha”.