Lucro da BRF sobe 120,6% e atinge R$ 690 milhões no 4º trimestre de 2019

A BRF registrou lucro líquido de R$ 690 milhões no quarto trimestre de 2019, aumento de 120,6% em relação ao igual período do ano anterior, conforme balanço divulgado nesta terça-feira, 3. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado atingiu R$ 1,413 bilhão de outubro a dezembro do ano passado, alta de 67,7% ante igual intervalo de 2018. Os números levam em conta apenas as operações continuadas.

A receita líquida da BRF somou R$ 9,290 bilhões no quarto trimestre de 2019, avanço de 12,1% na comparação com o mesmo período de 2018.

A companhia destacou que, no quatro trimestre de 2019, o preço de grãos estava mais alto do que um ano antes, mas que o efeito foi mitigado por meio dos "processos de compras de commodities, substituição por insumos alternativos, ganhos de eficiência, de alavancagem operacional e da gestão matricial de gastos".

O comunicado ressalta que há volatilidade no mercado de grãos por causa do câmbio desvalorizado, da disputa comercial entre Estados Unidos e China e da melhora no escoamento que favorece exportações.

A expectativa do mercado tem sido de resultados positivos para o setor de proteína animal, impulsionados principalmente pela peste suína africana, que tem devastado plantéis na Ásia e impulsionado a necessidade de importação de países da região, em especial a China.

O lucro líquido da BRF no último trimestre de 2019 superou a projeção do BTG divulgada em janeiro, que era de R$ 369 milhões. Já a receita ficou levemente abaixo – o banco projetava R$ 9,582 bilhões -, assim como o Ebitda, que estava estimado em R$ 1,516 bilhão pelo BTG.

Para o início de 2020, a situação do setor como um todo é considerada mais preocupante do que no ano passado em decorrência do coronavírus, que dificulta a logística de importação da China e de outros países, além de potencialmente afetar a demanda em decorrência do menor número de pessoas comendo fora do lar.

Em relatório, o Rabobank afirmou que a epidemia "coronavírus traz mais incerteza e volatilidade" ao mercado de carne suína.

<b>2019</b>

Em 2019, o lucro somou R$ 1,213 bilhão, revertendo prejuízo de R$ 2,115 bilhões em 2018. Já o Ebitda ajustado subiu 115,9%, para R$ 5,317 bilhões. A receita líquida anual avançou 10,8%, para R$ 33,447 bilhões.

No acumulado de 2019, a companhia registrou ganho de R$ 1,176 bilhão oriundo de decisão judicial favorável à Sadia, que reconheceu o direito de excluir o ICMS da base de cálculo do PIS/Cofins.

Em comunicado, a companhia destacou a estratégia de aumentar a rentabilidade no ano passado. A margem bruta da empresa subiu de 16,1% em 2018 para 24,1% em 2019.

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