A incorporadora paulistana Eztec apresentou lucro líquido de R$ 82,798 milhões no quarto trimestre de 2023, um salto de 163% ante o mesmo intervalo de 2022, quando obteve lucro de R$ 31,511 milhões.
A melhora nos resultados da Eztec vem, principalmente, do faturamento maior com os projetos residenciais próprios e com parceiros, além do aumento das receitas com financiamento imobiliário a clientes e do controle de custos.
O Ebit (lucro antes dos juros e impostos) chegou a R$ 70,503 milhões, aumento de 180% na mesma base de comparação anual. Já a receita líquida totalizou R$ 337,929 milhões, alta de 8,7%.
A margem bruta aumentou 8,5 pontos porcentuais, para 33,3%, enquanto a margem líquida subiu 14,4 pontos, para 24,5%.
A despesa comercial aumentou 2%, para R$ 30,5 milhões, e as despesas gerais e administrativas tiveram leve aumento de 0,4%, indo a R$ 36,642 milhões.
O resultado financeiro (saldo entre receitas e despesas financeiras) gerou uma receita de R$ 23,726 milhões, crescimento de 25,5%, graças ao efeito do IGP-DI positivo na correção de contratos de financiamento imobiliário a clientes.
A linha de equivalência patrimonial (que apura os resultados oriundos de empreendimentos feitos em sociedade) gerou ganho de R$ 21,059 milhões, expansão de 127%.
A companhia apurou o reconhecimento contábil do projeto Lindemberg Alto de Pinheiros (da joint venture entre Eztec e Lindemberg). Por sua vez, o empreendimento Lindemberg Ibirapuera contribuiu com R$ 70 milhões para a receita após superar a cláusula suspensiva.
Na contramão, o residencial de luxo Ez Parque da Cidade, entregue em novembro, afetou a margem bruta por conta de atraso na entrega, distratos e multas.
A companhia reportou consumo de caixa de R$ 75,3 milhões no trimestre e R$ 335 milhões no ano. A Eztec chegou ao fim de 2023 com dívida líquida de R$ 93,895 milhões, revertendo o caixa líquido do fim de 2022, que era de R$ 241,151 milhões.
<b>Operacional</b>
Conforme relatório operacional já divulgado, os lançamentos da Eztec caíram 36% no quarto trimestre, para R$ 300 milhões, enquanto as vendas líquidas recuaram 32%, para R$ 205,9 milhões.
Ao longo do ano, a Eztec postergou lançamentos para focar na venda de estoques, em função de um cenário econômico considerado incerto em relação ao ritmo de queda dos juros.
A companhia reportou o segundo maior ano de vendas da sua história, chegando a R$ 1,27 bilhão em unidades negociadas. Além disso, teve recorde de entregas, chegando a 4,6 mil apartamentos. A direção disse esperar que os recebíveis atrelados às entregas sejam convertidos em caixa nos próximos meses, à medida em que os repasses dos clientes aos bancos forem acontecendo.