Estadão

Lucro da Yara cai 84,8% no 1º trimestre, para US$ 16 milhões

A fabricante norueguesa de fertilizantes Yara reportou nesta sexta-feira, 26, lucro líquido de US$ 16 milhões (US$ 0,07 por ação) no primeiro trimestre de 2024, recuo de 84,8% ante o registrado em igual período do ano passado, quando obteve lucro líquido de US$ 105 milhões (US$ 0,41 por ação). A receita recuou 20,3% no período, para US$ 3,315 bilhões ante US$ 4,161 bilhões no primeiro trimestre de 2023.

O Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da empresa caiu 11%, para US$ 435 milhões, ante US$ 489 milhões no período equivalente do ano anterior. Ao excluir itens especiais, o Ebitda do primeiro trimestre deste ano teve recuo de 10,7%, comparado com igual intervalo de 2023, para US$ 435 milhões (ante US$ 487 milhões). Em comunicado, a empresa atribuiu os resultados às margens mais baixas, com preços de venda menores superando a queda nos custos de energia e entregas mais altas.

As entregas de produtos nos três primeiros meses de 2024 alcançaram 7,268 milhões de toneladas. "As entregas totais foram 12% mais altas do que no primeiro trimestre fraco no ano passado, principalmente impulsionadas por aumentos na Europa e na Ásia, parcialmente compensados pela queda nas Américas", destacou a empresa, atribuindo o declínio nas Américas à demanda lenta fora da temporada de aplicação principal e ao aumento das compras de última hora no Brasil. Já a produção da companhia no período registrou alta de 14%, para 4,611 milhões de toneladas.

"Os resultados deste trimestre caíram em relação ao mesmo trimestre do ano passado, uma vez que o aumento das entregas foi compensado por preços mais baixos. Entretanto, estou satisfeito por ver que os nossos esforços para descarbonizar estão produzindo resultados. Isto é crucial para preparar o nosso negócio para o futuro e sermos capazes de cumprir a crescente demanda por soluções de baixo carbono", disse Svein Tore Holsether, presidente e CEO da Yara.

Em relatório, a empresa destacou, ainda, que a oferta de ureia está atualmente forte principalmente com o aumento da produção na Índia e na China. No entanto, as projeções de consultores da indústria mostram um crescimento significativamente menor do fornecimento a partir de 2024 em diante. "Combinado com os fundamentos de demanda sólidos, isso indica um equilíbrio entre oferta e demanda mais apertado a longo prazo".

Além disso, Holsether ressaltou que as importações de nitrogênio para a Europa estão caindo, enquanto as importações russas de ureia para a Europa atingiram um recorde na última temporada. "Enquanto sanções de matéria-prima e pressão de preços estão afetando duplamente a indústria europeia, a Rússia está ganhando influência no mercado. Isso não apenas põe em perigo a indústria europeia e a transição verde, mas também torna a produção de alimentos europeia mais vulnerável", afirmou.

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