O Bradesco registrou lucro líquido recorrente de R$ 5,031 bilhões no terceiro trimestre deste ano, cifra 23,1% menor que a identificada um ano antes, de R$ 6,542 bilhões. Na comparação com os três meses anteriores, que marcou o pior momento da pandemia quando o banco teve que reforçar seu colchão de proteção contra perdas, o resultado foi 29,9% maior, refletindo menores provisões.
Os resultados do terceiro trimestre mostram recuperação após o intervalo de abril a junho, momento em que a quarentena necessária para conter a disseminação do vírus atravessou todo o período, exigindo mais provisões. O presidente executivo do Bradesco, Octavio de Lazari Jr., frisou, em nota que a melhora na curva de resultados é um sinal claro de que o pior ficou para trás. "É um balanço com os primeiros sinais de reencontro com a normalidade, depois dos impactos da paralisação econômica com a pandemia", afirmou.
"O ano tem sido um teste de estresse prático sobre nossa resiliência operacional atuando em ambiente exageradamente desafiador. Entendo que este balanço já indica que passamos pelo teste, demonstrando solidez financeira adequada e capacidade de geração de resultados em situações hostis", frisou o executivo.
De janeiro a setembro, o lucro líquido do Bradesco somou R$ 12,657 bilhões, queda de 34,2% ante um ano, quando ficou em R$ 19,242 bilhões. Lazari afirmou que o Fim do auxílio emergencial e o fim das prorrogações dos empréstimos não deverão trazer grande impacto, já que os valores para eventuais atrasos já estão provisionados. "Destacamos a inadimplência sob controle, as provisões em nível adequado e o crescimento da carteira de crédito. Podemos afirmar que o que vemos pela frente é a recuperação dos indicadores, de forma gradual, o que se refletiu na melhora desse balanço e que vai continuar se refletindo pelos próximos", disse.
A carteira de crédito expandida do Bradesco totalizou R$ 664,414 bilhões de julho a setembro, saldo 0,5% maior que o visto nos três meses anteriores. Em um ano, o crescimento foi de 11,7%.
Os empréstimos para empresas caíram 1% no terceiro trimestre frente ao segundo. Na relação anual o aumento foi de 12,9%, espelhando a busca das empresas por caixa em meio à crise que eclodiu com a pandemia. A carteira de pessoa física cresceu em ambas comparativos. Cresceu 1,7% ante o segundo trimestre. Em um ano teve alta de 9,6%.
O banco encerrou setembro com R$ 1,66 trilhão em ativos totais, crescimento de 18,2% em um ano. No comparativo trimestral a alta foi de 5,6%.
Já o patrimônio líquido do Bradesco foi a R$ 137,461 bilhões no terceiro trimestre, reportando com isso queda de 0,6% em um ano. No comparativo trimestral houve aumento de 1,7%.
A rentabilidade sobre o patrimônio líquido médio (ROE, na sigla em inglês), impactada pela pandemia, voltou a subir, refletindo um trimestre de menos impacto da pandemia. Passou de 11,9% no segundo trimestre para 15,2% no terceiro. Há um ano, estava em 20,2%.