Economia

Lucro líquido ajustado do Banco do Brasil recua 57,5% no 1º trimestre

O Banco do Brasil encerra nesta quinta-feira, 12, a temporada de balanços dos grandes bancos de capital aberto do País no primeiro trimestre ao anunciar lucro líquido ajustado de R$ 1,286 bilhão, com declínio de 57,5% em um ano, de R$ 3,025 bilhões. Na comparação com o trimestre anterior, de R$ 2,648 bilhões, a redução foi de 51,4%.

O resultado do banco no primeiro trimestre, conforme relatório que acompanha suas demonstrações financeiras, foi impactado pela constituição de provisão relacionada ao setor de óleo e gás. No período, o BB reverteu provisão adicional de R$ 2,047 bilhões para provisão requerida. O banco era o maior credor da Sete Brasil, que entrou com pedido de recuperação judicial no final do mês passado, entre as grandes instituições e, segundo a lista de credores, concedeu mais de US$ 1 bilhão (R$ 3,7 bilhões) à companhia.

O lucro líquido do BB considerando eventos extraordinários totalizou R$ 2,359 bilhões de janeiro a março, com queda de 59,5% ante o mesmo intervalo do ano passado, de R$ 5,818 bilhões. Ante os três meses anteriores, quando foi de R$ 2,512 bilhões, recuou 6,1%. A queda no comparativo anual, conforme a instituição, está relacionada à criação da Cateno, joint venture com a Cielo na área de gestão de cartões, naquele período.

Entre as diferenças do lucro líquido para o ajustado, o banco cita, em relatório, a provisão de mais de R$ 2 bilhões e ainda R$ 999 milhões por efeitos fiscais e participação nos lucros e resultados sobre itens extraordinários, R$ 382 milhões para planos econômicos e R$ 407 milhões de provisão extraordinária com demandas contingentes.

A carteira de crédito ampliada do BB, que considera títulos privados e garantias, encerrou março em R$ 775,603 bilhões, retração de 2,6% contra dezembro, de R$ 796,653 bilhões. Em um ano, quando os empréstimos somaram R$ 758,260 bilhões, foi visto aumento foi de 2,3%.

O destaque no período, segundo o BB, foram as operações voltadas às pessoa físicas, cujos empréstimos totalizaram R$ 185,895 bilhões no primeiro trimestre, montante 1,5% maior em relação aos três meses anteriores e 8,7% em um ano. Já a carteira de pessoa jurídica encerrou março com saldo de R$ 348,494 bilhões, quedas de 4,4% e 0,9%, respectivamente.

O BB fechou março com R$ 1,405 trilhão em ativos totais, aumento de 2,5% em um ano, de R$ 1,370 trilhão. Ante dezembro, quando a cifra estava em R$ 1,401 trilhão, o crescimento foi de 0,3%.

O patrimônio líquido do BB foi a R$ 84,156 bilhões nos três primeiros meses deste ano, aumento de 0,7% em 12 meses e de 3,2% em relação ao trimestre anterior. O retorno sobre o patrimônio líquido médio ajustado, chamado pelo BB de RSPL, ficou em 5,6% ao final de março contra 14,5% e 12,0%, respectivamente. Considerando eventos extraordinários, o indicador foi de 10,5% no primeiro trimestre ante 29,3% em um ano e 11,4% no quarto trimestre.

Projeção

O lucro líquido ajustado do BB no primeiro trimestre, de R$ 1,286 bilhão, ficou abaixo das projeções do mercado. A cifra foi 47,45% menor que a estimada por sete casas consultadas pela Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, (Deutsche Bank, Goldman Sachs, BTG, Citi, Safra, UBS e uma casa que preferiu não ser identificada), de R$ 2,447 bilhões.

O lucro líquido ajustado do BB no primeiro trimestre foi 57,5% menor em um ano, de R$ 3,025 bilhões. Na comparação com o trimestre anterior, de R$ 2,648 bilhões, a redução foi de 51,4%. O resultado, conforme explica o banco, foi impactado por provisão que a instituição fez por conta do setor de óleo e gás. No primeiro trimestre, constituiu provisão adicional de mais de R$ 2 bilhões.

O Broadcast considera que o resultado está em linha com as projeções quando a variação para cima ou para baixo é de até 5%.

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