Estadão

Lula cobra de países desenvolvidos compromissos de financiamento climático

Em evento virtual com chefes de Estado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou dos países desenvolvidos compromissos de financiamento climático. Segundo ele, desde que o compromisso foi assumido, em 2009, os recursos oferecidos por esses países estão aquém da promessa de US$ 100 bilhões por ano.

"É preciso que todos façam sua parte", declarou Lula. De acordo com o presidente, é urgente que se busque uma "relação de confiança" entre os países, diante dos acordos firmados em prol da preservação do meio ambiente. "Desde que o compromisso foi assumido, em 2009, o financiamento climático oferecido pelos países desenvolvidos mantém-se aquém da promessa de 100 bilhões de dólares por ano."

As declarações ocorreram de forma virtual durante a Cúpula Virtual do Fórum das Grandes Economias sobre Energia e Clima, promovida pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, nesta quinta-feira, 20. A fala foi fechada e, no final da manhã desta quinta, o Palácio do Planalto divulgou o discurso do presidente brasileiro. Apenas o discurso inicial do presidente americano foi transmitido ao vivo.

Lula afirmou que os efeitos da mudança do clima agravam ainda mais a pobreza, a fome e a desigualdade no mundo, "flagelos que o Brasil combate com todas as forças", disse.

Após sofrer fortes críticas por declarações recentes em relação à guerra entre Rússia e Ucrânia, Lula argumentou durante a fala que não há "sustentabilidade num mundo em guerra". Como mostrou o <b>Estadão/Broadcast</b>, assessores presidenciais e diplomatas apostam na participação do presidente brasileiro como oportunidade para desfazer o mal-estar causado por declarações recentes, hostis aos Estados Unidos e à Europa, envolvendo a guerra da Ucrânia.

O presidente também citou que o Brasil trabalhará com países que detêm florestas tropicais na África e na Ásia e que, como sinal de comprometimento, apresentou a candidatura de Belém do Pará, na região amazônica, para sediar a COP30, em 2025. "Hoje o mundo está próximo de um ponto irreversível. Vemos diante de nós a urgência de cumprirmos as promessas feitas. Precisamos de uma governança mais efetiva e legítima, que nos permita resgatar a solidariedade para o bem de toda a humanidade. Podem contar com o Brasil."

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