O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta quinta-feira, 23, ao lado do presidente do Benim, Patrice Talon, a cobrança das dívidas de países pobres. Essa é uma fala recorrente do petista. Ele deu a declaração no Palácio Itamaraty, em Brasília, durante a visita de Talon a Brasília.
Lula também criticou a forma atual das relações comerciais entre países pobres e ricos. Os recursos demandados para pagamento das dívidas, disse o petista, impedem maiores investimentos dos países periféricos em educação. O petista afirmou que o Brasil apoiará a África na área agrícola.
Lula também voltou a dizer que os bilionários do mundo deveriam pagar um imposto sobre suas fortunas para bancar ações contra a fome. Mencionou uma alíquota de 2%.
"Laços entre Brasil e Benim se forjaram pelo sofrimento, mas hoje servem para encurtar distância", disse o presidente brasileiro, referindo-se ao período da escravidão de pessoas africanas no País. Segundo ele, o Brasil tem muito a aprender sobre memória e reconstrução.
Lula também disse que o fortalecimento dos vínculos com a África pode ser um fator positivo de apoio ao Haiti, no Caribe, um dos países mais pobres do mundo. O petista disse que há compromisso com a estabilidade haitiana, e que seu governo está à disposição para oferecer apoio logístico.
Além disso, o chefe do Palácio do Planalto disse que outras tragédias, como a do Sudão, não devem ser esquecidas. O país africano tem uma série de conflitos internos.
Lula também disse que Brasil e África estão "unidos na dor" pelas mortes e destruição no Rio Grande do Sul, no Quênia e na Tanzânia. Ele agradeceu as mensagens de apoio sobre o Rio Grande do Sul vindas de africanos. Além disso, o presidente brasileiro reiterou convite para países africanos aderirem ao Fundo Florestas Tropicais Para Sempre.