Estadão

Lula defende governança mundial com maior presença de países no Conselho de Segurança da ONU

Ao lado do presidente de Portugal, Marcelo Rabelo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu o estabelecimento de uma "nova governança mundial" com maior número de países no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). "É preciso que mais países e continentes entrem no Conselho de Segurança da ONU e restabelecer uma nova geografia, porque a geografia de 1945 não é a mesma. Não podemos continuar com membros do conselho fazendo guerra. Eles são membros do conselho, decidem a guerra sem sequer consultar o conselho. Foi assim nos Estados Unidos contra o Iraque, na Rússia contra a Ucrânia, na França e Inglaterra contra a Líbia", afirmou Lula, em entrevista coletiva à imprensa durante visita a Portugal.

"Ou seja, eles mesmos desrespeitam as regras do Conselho de Segurança. Por isso, o Brasil está brigando para convencermos outros países para termos uma ONU mais representativa e acabar com o direito de veto", prosseguiu Lula.

Lula repetiu também que o governo brasileiro defende uma solução política e negociada para o conflito entre Rússia e Ucrânia. "Ao mesmo tempo que o meu governo condena a violação à integridade territorial da Ucrânia, defendemos uma solução política e negociada para o conflito. Precisamos que um grupo de países se sente à mesa tanto com a Ucrânia quanto com a Rússia para encontrar a paz", reafirmou.

Ainda sobre a necessidade de uma nova governança mundial, Lula criticou que as decisões tomadas nas Conferências sobre a Mudança do Clima da ONU (COPs) não são implementadas e voltou a pedir mudança no conselho da ONU para que as decisões ambientais possam valer. "Estamos falando de mudanças na governança mundial. Não adianta tomarmos decisões nas dezenas de COP que fazemos para discutir, mas se você não tiver uma governança forte para exigir o cumprimento das decisões a gente vai na reunião, toma as decisões e no ano seguinte fazemos outra e as decisões nunca entram em vigor, porque quando tentamos aprovar no Estado nacional muita gente não consegue", destacou, mencionando que o Acordo de Copenhague, o Acordo de Paris COP e o Protocolo de Kyoto até hoje não foram postos em prática. O presidente reforçou a reivindicação do Brasil de realizar a COP30 em 2025 no Pará. "Um Estado amazônico para as pessoas verem o que é Amazônia", justificou.

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