O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, fez um aceno nesta quinta-feira, 16, ao eleitorado de classe média, comumente associado ao bolsonarismo por lideranças petistas, ligadas às classes mais baixas. Em discurso no Palácio do Planalto, Lula afirmou ainda que o ex-presidente Jair Bolsonaro "tomou surra" nas últimas eleições, apesar de o petista ter vencido a disputa com apenas 50,9% dos votos válidos no segundo turno, contra 49,10% do rival.
"Vamos tratar de atender a classe média. É preciso que a gente atenda à classe média, porque, no fundo, a classe média não é contemplada em quase nada das políticas públicas do governo", declarou Lula, para quem esse estrato social acaba "órfão de pai, mãe, e governo". "Além de cuidar das pessoas mais pobres, temos de cuidar das pessoas de classe média, porque são elas que sustentam a economia desse País", destacou, embora sem anunciar medidas voltadas ao grupo.
No discurso, Lula diz ser preciso que todos saibam que ele venceu as eleições para "mudar as coisas". "Muita coisa vai mudar nesse País", declarou o presidente.
Ele voltou a criticar a exportação de óleo cru para posterior importação de óleo diesel, e a dizer que o Brasil precisa exportar conhecimento e não apenas commodities.
Lula não antecipou, contudo, eventuais mudanças em políticas da Petrobras que poderiam alterar o cenário descrito.