Estadão

Lula diz não querer vingança caso vença, mas Bolsonaro terá de se explicar

Ao lado da senadora Simone Tebet (MDB-MS), do vice-governador de Minas Gerais, Paulo Brant (PSDB), e da deputada federal eleita Marina Silva (Rede-SP), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a subir o tom de seu discurso contra o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, nesta sexta-feira, 21, em Teófilo Otoni, no norte de Minas Gerais.

"Obviamente, a gente não quer ganhar as eleições para fazer vingança contra ninguém. O único objetivo que temos é provar que o brasileiro pode ter três refeições por dia. Mas ele (Bolsonaro) terá de se explicar", disse o ex-presidente. "Ele (Bolsonaro) vai ter de se explicar sobre as 400 mil mortes que causou na pandemia (de covid-19). Ele vai ter de explicar a rachadinha na Assembleia do Rio de Janeiro. Vai ter de explicar os sigilos de cem anos dos documentos", afirmou Lula.

Tebet cantou o refrão utilizado por apoiadores do ex-presidente "tá na hora de Jair já ir embora" e afirmou que apoia a eleição de Lula sobretudo em defesa da democracia. A emedebista é cotada para ocupar as pastas da Agricultura ou Educação num eventual governo Lula.

"Quero ver Lula presidente para tirar desse país um governo que não respeita a democracia, não respeita as leis e não respeita as famílias", afirmou Tebet. "Em alto e bom som: estou aqui apoiando Lula". E, dirigindo-se ao petista, a senadora afirmou: "Lula, eu estou aqui porque você vai cuidar do povo brasileiro. Quero vê-lo novamente presidente".

Em referência indireta à declaração dada semana passada por Bolsonaro na qual o presidente afirmou que "pintou um clima" com meninas venezuelanas de 14 e 15 anos, Tebet foi bastante enfática: "Lugar de pedófilo é na cadeia", disse.

Paulo Brant disse durante sua fala que "Minas Gerais é o berço da liberdade no Brasil" e que "o povo mineiro não pode negar seu apoio a Lula nesse momento".

Marina Silva, por sua vez, afirmou que ela e Tebet ao lado de Lula representam o apoio da população brasileira ao petista. "Estamos juntas. Uma mulher branca e católica (Tebet) e, outra, uma mulher negra e evangélica (ela própria), ao lado de Lula", disse a deputada eleita.

<b>Juiz de Fora</b>

No período da tarde desta sexta-feira, Lula, Tebet e Marina Silva participam de outra caminhada em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, município visitado por Bolsonaro há dois dias.

Local do atentado a faca contra Bolsonaro há quatro anos, Lula recebeu 55,27% dos votos válidos no município, no primeiro turno, ante 33,69% de Bolsonaro.

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