Estadão

Lula diz não ter problema com agronegócio e fala em resistência ideológica: se for, paciência

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira, 13, que "nunca teve problema" com o agronegócio e atribuiu uma possível resistência do setor ao seu governo a divergências ideológicas. O petista trava relação tensa com alguns segmentos do agronegócio, desde que tomou posse neste seu terceiro mandato.

"Governei oito anos esse País. Eles sabem tudo o que fizemos nesse País, eles sabem da responsabilidade com o salto de qualidade que tivemos no agronegócio por causa do financiamento que nós fazíamos. Eles sabem que, do ponto de vista econômico, eles não tem problema conosco, do ponto de vista de financiamento. O problema pode ser ideológico. Se for ideológico, paciência, nós vamos estar em campos ideológicos diferentes", afirmou o petista durante a estreia do "Conversa com o Presidente", live aos moldes da feita semanalmente pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para divulgar medidas do governo.

"A gente vai caminhando. vamos anunciar o Plano Safra agora, e eles vão perceber que, da parte do governo, não há nenhuma objeção a eles", reforçou o presidente. Lula trava relação tensa com o agro, que apoiou majoritariamente a malsucedida candidatura à reeleição de Bolsonaro.

O presidente voltou a pregar que não há incompatibilidade entre pequenos, médios e grandes produtores e disse que eles precisam viver em harmonia.

"Eu fiz questão de dizer na feira de Pernambuco (na verdade, o discurso foi feito na feira do agronegócio de Luís Eduardo Magalhães, na Bahia): não há incompatibilidade entre o pequeno e o médio produtor e o grande produtor. Isso está na cabeça de quem não quer pensar direito. O Brasil precisa dos dois, os dois ajudam o Brasil. Precisamos ajudar os dois, e eles têm que viver em paz porque cada um ajuda o outro."

O presidente falou ainda sobre a repartição das atribuições da Conab entre os ministérios do Desenvolvimento Agrário e da Agricultura, feita pelo Congresso Nacional na MP da Reestruturação da Esplanada. "A gente agora repartiu a Conab com a agricultura familiar e agricultura empresarial. a gente precisa de estoque regulador. Se tiver crise no mundo, a gente precisa garantir de que não vai faltar nem o arroz e nem o feijão para o nosso povo."

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