O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o "Estado terá que ressarci-lo" pelos processos em que foi investigado e acusado de corrupção durante a operação Lava Jato. A fala aconteceu em comício na quadra da escola de samba Portela, no Rio de Janeiro, neste domingo, 25. O petista disse que foi absolvido nas ações que respondia e que provou a parcialidade do ex-juiz Sergio Moro e do procurador Deltan Dallagnol.
"William Bonner, no dia que eu fui na Globo, ele teve a grandeza de dizer: presidente, o senhor não deve mais nada à Justiça desse País . E quem deve são eles a mim. Em algum momento o Estado vai ter que devolver e me pagar", falou Lula aos apoiadores.
O petista ainda comparou-se ao ex-presidente Getúlio Vargas. "Eu fui vítima da maior sacanagem histórica com um ser humano. Também fizeram com o Getúlio, porque levaram ele a se matar, mas eu resolvi que não vale a pena morrer pelas mentiras dos nossos adversários. A gente pode morrer em defesa da nossa soberania e em defesa do nosso povo", afirmou.
Lula voltou a dizer que foi absolvido em 26 processos em que era investigado e sua campanha vem ressaltando que a Justiça declarou sua inocência. "Hoje eu sou o único culpado do mundo e o crime que cometi pra ser culpado é que virei inocente. Eu sou culpado de ser inocente. O Moro fala que não fui absolvido, outro dia eu vi o Ciro falando que "o Lula não foi absolvido", olha, eu fui absolvido em 26 processos, fui absolvido duas vezes na ONU e fui absolvido pela Suprema Corte. Agora, quem quer acreditar que não fui absolvido são as pessoas que acreditaram nas mentiras de Moro e Dallagnol, divulgadas pelos meios de comunicação intensamente."
Ele obteve, de fato, 26 vitórias na Justiça. Contudo, é incorreto afirmar que tenha sido absolvido completamente de todos os processos ligados à Operação Lava Jato. Nos casos do sítio de Atibaia e do triplex no Guarujá, por exemplo, o petista chegou a ser condenado em primeira e segunda instância, mas os processos foram anulados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e enviados para a Justiça Federal de Brasília, a partir do entendimento de que a 13ª Vara Federal de Curitiba não teria a competência de julgá-los. Ambos já prescreveram.