O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira (22) que o bloco dos Brics quer ter um banco "maior que o FMI". O grupo tem um banco para financiar investimentos, o NDB, hoje presidido por Dilma Rousseff. O petista está em Joanesburgo, onde é realizada a reunião de cúpula do grupo.
"A gente Brics vai se tornar forte, a gente quer criar um banco muito forte, que seja maior que o FMI, mas que tenha outro critério de emprestar dinheiro para os países, não de sufocar, mas emprestar na perspectiva de que o país vai criar condições de investir o dinheiro, se desenvolver e pagar sem que o pagamento atrofie as finanças", declarou o presidente.
Lula, porém, negou que queira fazer um contraponto ao G7, ao G20 ou aos Estados Unidos por meio do bloco. O presidente disse que é a favor de incluir novos países no bloco. "O Brics não pode ser um clube fechado. O G7 é um clube fechado", declarou o petista.
O presidente da República voltou a criticar o formato de governança mundial, com o Conselho de Segurança da ONU tendo só cinco integrantes permanentes e com poder de veto. Lula indicou que quer operar dentro dos Brics para obter apoio de China e Rússia, integrantes do Conselho, para reformar a governança global.
"É preciso que a gente convença a Rússia e a China que Brasil, África do Sul e a Índia possa entrar no Conselho de Segurança (da ONU). Esse é um debate que nós vamos discutir. Inclusive, para a gente possibilitar a entrada de novos países a gente tem que limitar uma certa coisa que todo mundo concorde. Se não tiver um grau de compromisso dos países que entram no Brics vira uma torre de babel", disse o petista.
Lula deu as declarações no programa <i>Conversa com o Presidente</i>, uma espécie de live semanal produzida pela EBC. Ele tem feito o programa mesmo quando está fora de Brasília.
<b>Desigualdade</b>
Na mesma live, Lula disse que em 2025, quando o Brasil presidirá os Brics, a principal discussão do bloco será sobre desigualdade. "Quando for pro Brasil em 2025 o tema principal é a gente acabar com desigualdade racial, desigualdade de gênero, desigualdade na educação, desigualdade na saúde, desigualdade no salário", disse o petista.