O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que a democracia não exige muros, em relação à retirada das grades do Palácio do Planalto nesta quarta-feira, 10, e que fará esforços para a remoção do gradil nos prédios dos demais Poderes. De acordo com o presidente, sua segurança será garantida com a polícia do Distrito Federal, Forças Armadas e Gabinete de Segurança Institucional (GSI), sem a necessidade de barreiras para se manter seguro.
"Não é que estou inseguro, é que tenho certeza absoluta que a democracia não suporta grades", disse o presidente, ao descer a rampa do Palácio do Planalto para avistar o prédio sem grades. Durante a descida, o chefe do Executivo conversou com jornalistas e cumprimentou populares. "Quando precisar de segurança, você tem a política de Brasília, as Forças Armadas, o GSI, tem todo mundo pra cuidar, não precisa um muro."
Lula afirmou que pretende tirar os gradis do Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República, e do Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente. "Eu falei para o general Amaro (chefe do GSI) que é preciso tirar aquela muralha de frente da casa do Alckmin. Ou seja, se o Brasil viveu um momento de constrangimento democrático e era preciso cercar a casa, quando se é presidente, não é preciso. É só exercitar a democracia."
De acordo com o presidente, "se os irresponsáveis que tentaram dar o golpe quiserem fazer barulho, eles serão tratados de acordo com o comportamento deles". O chefe do Executivo disse que irá tentar retirar as grades da Praça dos Três Poderes, mas destacou que isso depende de uma decisão do Judiciário e Legislativo.
"Cada um tira da onde quiser. Quis tirar da minha casa, vou tirar aquela muralha na frente do Alvorada. Eu vou tirar, depois a segurança verá como ela cuida para evitar qualquer problema, porque nunca teve. As pessoas iam à porta do Alvorada protestar", disse.
"Se a Suprema Corte quiser tirar, eu acho que não precisa (da grade). Não precisa porque temos segurança e a segurança não precisa negligenciar como da outra vez", disse. "A democracia voltou nesse País. O Palácio não precisa estar cercado de grades, o povo pode vir aqui", emendou.
O presidente disse que o momento em que as grades foram colocadas no Palácio da Alvorada era um período em que "o PT não mandava mais no País, na gestão Temer". "Significa que, quem faz coisa errada tem medo, ficou durante toda a gestão do coisa ", em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro.