O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar o mercado financeiro e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. O petista afirmou que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não foi indicado para agradar a "Faria Lima" e disse que o setor "nunca gostou e nunca votou" no Partido dos Trabalhadores (PT).
"Com todo respeito que posso ter ao chamado mercado financeiro, esse povo nunca gostou do PT, nunca votou no PT, nunca gostou do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O Haddad não foi indicado para eles, foi indicado para tentar resolver a vida do povo pobre desse País", rechaçou Lula em entrevista à <i>RecordTV</i>, exibida na noite desta quinta-feira, 13.
Lula questionou novamente a atual taxa básica de juros, de 13,75%, e disse que a "Faria Lima" apoia a política monetária comandada por Campos Neto no Banco Central, para fazer "especulação". "Os interesses da Faria Lima são outros não os de Haddad, inclusive de manter os juros, a taxa de 13,75%, porque eles que ganham com a especulação, o pobre não ganha com isso."
O presidente disse ainda que Campos Neto tem função de "gerar empregos e fazer a economia crescer" e voltou a questionar os objetivos do presidente do BC, a quem se referiu como "esse cidadão".
"A função dele não é só atingir a meta de inflação que ele estabeleceu. A função dele também é gerar empregos e fazer a economia crescer. Ele tem responsabilidade de olhar a política monetária por vários vieses. Ele não pode apenas achar que é preciso aumentar os juros", defendeu.
"Esse cidadão está a serviço de quem e fazendo o quê? O Brasil está precisando soltar a rédea para começar a crescer. Só o crescimento vai fazer com que tenha distribuição de riqueza", afirmou.
<b>Amazônia</b>
Lula cobrou ainda que o presidente da França, Emannuel Macron, participe da cúpula dos países amazônicos, que vai acontecer em agosto, na cidade de Belém do Pará. "A França foi convidada, porque a França é o único país europeu que faz fronteira com a Amazônia por causa da Guiana (Francesa). Não sei se o Macron vem, eu o convidei pessoalmente. Seria importante que ele viesse, porque não é ficar falando da Amazônia lá da Europa. Venha conhecer a Amazônia, venha ver como vive o povo."